Carlo Ancelotti tem mais um título: foi distinguido esta manhã pela Universidade de Parma, em Itália, com um doutoramento honoris causa. O técnico do Real Madrid foi recebido num auditório lotado, onde proferiu uma preleção intitulada «O futebol, um modo de vida».

A cidade de Parma tem um significado especial para Ancelotti, que nasceu em Reggiolo, a apenas 40 quilómetros de distância. E foi no Parma que iniciou a carreira de jogador e, depois, a de treinador.

Ancelotti agradeceu a distinção e justificou: «recebo este título e alguns dirão que fiz poucos exames. Na realidade, fiz muitos e de três em três dias faço um. Exames em que sou avaliado. Vou dizer aos meus jogadores que podem chamar-me doutor».

O técnico italiano afirmou que o futebol é a sua vida, a sua paixão. Uma paixão que lhe permite trabalhar sem sentir que está a fazer um sacrifício: «não é o trabalho, é mais a paixão, que me permitiu dedicar-me ao futebol durante 44 anos e que não se pode comprar no mercado. Eu era assim quando tinha 15 anos e ainda hoje sou assim. Se não se tem paixão, não se consegue exprimir a 100 por cento», garantiu.

O técnico de Real Madrid afirmou ainda que o desporto foi, para ele, «uma grande escola de vida», já que lhe o ensinou coisas: «as relações com as outras pessoas, o respeito pelos outros, o respeito pelas regras, o respeito pela autoridade (treinadores, dirigentes, presidentes) o tempo, os limites, o saber ouvir».

Ancelotti foi aplaudido de pé no final do discurso e, emocionado, não conseguiu conter as lágrimas.

Arrigo Sacchi, um dos seus treinadores e líder de uma das melhores equipas de sempre do Milan, esteve presente na cerimónia.

A caminho do Brasil

O reitor da Universidade de Parma, Paolo Andrei, mencionou ainda a partida de Ancelotti para o Brasil no próximo ano, para assumir o cargo de selecionador.

«Em 2024, Carlo Ancelotti terá uma aventura extraordinária, que para muitos treinadores seria apenas um sonho: o banco do Brasil. Ele é o primeiro estrangeiro nos últimos sessenta anos a treinar o Brasil. O quarto na sua história. A admiração que sentimos por ele é generalizada e ultrapassa qualquer fronteira ou equipa. Será o último prémio que Carlo entregará», disse o reitor.

O acordo para a contratação de Ancelotti para o cargo de selecionador do Brasil foi anunciado há três meses, ficando Fernando Diniz interinamente no cargo. No entanto, o técnico italiano não pode assinar qualquer contrato até janeiro, quando entrar nos últimos seis meses do seu vínculo com o Real Madrid.

O comunicado de imprensa da Universidade de Parma também dá como certa a partida de Ancelotti para a CBF no próximo ano.