A futebolista espanhola Jennifer Hermoso, beijada na boca pelo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (FPF) após a conquista do Mundial feminino pela seleção de Espanha, reforçou ao início da noite desta sexta-feira que as palavras do dirigente sobre o «infeliz incidente são categoricamente falsas e parte da cultura manipuladora que o mesmo gerou».

Num comunicado individual, que se seguiu à posição das 23 jogadoras campeãs do mundo e de mais 58 atletas e ex-atletas, no qual referem a recusa em voltar à seleção com os atuais dirigentes, Hermoso mostrou-se chocada pelo contexto da celebração.

«A situação provocou-me um choque, pelo contexto da celebração e, com o passar do tempo e depois de aprofundar um pouco mais essas primeiras sensações, sinto necessidade de denunciar esse feito, já que considero que nenhuma pessoa, em nenhum âmbito laboral, desportivo ou social, deve ser vítima deste tipo de comportamentos não consentidos», prosseguiu.

«Senti-me vulnerável e vítima de uma agressão, um ato impulsivo, machista, fora do lugar e sem nenhum tipo de consentimento da minha parte. Simplesmente, não fui respeitada», referiu, ainda.

Na manhã dessa sexta-feira, Rubiales anunciou que não se iria demitir da presidência da RFEF, contrariando aquilo que foram as informações dadas pela imprensa espanhola na noite anterior.

A posição de Rubiales ditou várias reações, entre elas a do antigo guarda-redes do FC Porto, Iker Casillas, que falou em «vergonha alheia». Borja Iglesias também renunciou à seleção «até que as coisas mudem» e o Governo espanhol entrou em campo para avançar com a suspensão de Rubiales.