Os capitães das equipas espanholas «estão contra» o acordo que a Liga fez para que jogos do campeonato do país vizinho sejam disputados nos EUA.

Reunidos nesta quarta-feira, os jogadores emitiram um comunicado, em conjunto com o sindicato, no qual dizem «não entender as decisões unilaterais» tomadas pela direção da Liga, presidida por Javier Tebas.

O presidente da Associação de Futebolistas Espanhóis, David Aganzo, falou no final do encontro e afirmou que «estas ações unilaterais» da direção da Liga «surpreendem e não acontecem pela primeira vez».

«Estamos cansados», sublinhou Aganzo. «Pensamos que o futebol tem outros valores, como adeptos, sentimento, camadas jovens e estamos a acostumarmo-nos a ver o futebol negócio», argumentou.

«Temos muitas coisas para dizer, é uma falta de respeito», considerou Aganzo, que revelou que «os capitães estão indignados, contra [o acordo]» e que essa é uma posição «plena e unânime».

Para Aganzo, «o problema é a falta de bom senso, com horários em que apenas se beneficia a exportação do futebol» para outros países.

«Jogar à segunda-feira, vamos acostumarmo-nos a coisas que não são naturais, ninguém se importa com os adeptos, para nós futebolistas isso é claro», frisou.

«Digo a Javier Tebas que se coloque na pele do futebolista, que pensa na própria saúde e nos adeptos», repetiu, para depois lembrar: «Não faz sentido que o Sevilha tenha de ir aos Estados Unidos. Estamos a falar de um acordo com uma vigência de 15 anos e sem consultar [ninguém].»

De acordo com a Marca, entre os futebolistas presentes estiveram Sergio Ramos, Nacho, Sergio Busquets, Sergi Roberto, Leo Baptistao, Bruno Soriano, Koke, Juanfran, e Joaquín entre outros.