Embora tenha contrato com o Barcelona até 2019, Javier Mascherano já vai antecipando a saída, embora sem confirmar que a mesma seja consumada no final da presente temporada.

«Acredito que é preciso saber fechar etapas na vida, e a do Barcelona está perto de fechar-se. Penso que sei quando, mas não o vou dizer», afirmou o argentino, em entrevista à revista «El Gráfico», do seu país.

Mascherano foi depois questionado se era verdade que já tinha comunicado ao presidente que deixava o clube no final da época, para rumar aos Estados Unidos.

«É falso, porque ainda não decidi onde vou jogar. E porque também não disse ao presidente que ia embora em junho. Disse outras coisas e a outras pessoas», respondeu.

No Barcelona desde 2010, Mascherano recordou as primeiras conversas relativas a uma possível transferência para Camp Nou.

«Durante o Mundial2010 ouvi que o Yaya Touré ia sair e que estavam à procura de um médio. Disse ao Leo [Messi] que adoraria jogar no Barça. O Leo falava com o Guardiola e a resposta dele era: "Vem para cá, não joga e arranja uma cena de novela. Como posso ter o capitão da Argentina no banco? Acabas por ficar tu chateado [Messi], fica o Gabi Milito...acabamos todos chateados". Eu pedia ao Leo para explicar ao Pep que eu não era isso, que não o ia deixar ficar mal, que não era de ter problemas com os treinadores», recordou Mascherano.

Guardiola não parecia muito convencido, mas depois da derrota na Supertaça, com o Sevilha, lá avançou o negócio.

«Recebeu-me com música clássica e uma frase que nunca esquecerei: "Sabes quem vens para não jogar, certo?". Respondi-lhe: "Pode ficar tranquilo que comigo não terá problemas"», recordou o argentino.

Mascherano afirmou mesmo que «há um antes e depois de Guardiola», no mundo do futebol, e por isso inclui-o naturalmente na lista dos cinco melhores técnicos com quem trabalhou, juntamente com Marcelo Bielsa, Rafa Benítez, Luis Enrique e Alejandro Sabella.

Muito competitivo dentro de campo, Mascherano garantiu, nesta entrevista ao «El Gráfico», que é muito tranquilo fora de campo.

«Passo uma imagem que não me agrada nada. Muitas vezes a paixão por este desporto transforma-te em algo que não és. Não sou de entrar em lutas. Gosto de organizar os colegas, de falar com eles, mas com os adversários tento não entrar em diálogo. Mas se me procuram e estou quente, acabo por entrar nisso. Depois fico envergonhado ao ver como protesto com os árbitros», garantiu.