Juan Mata, médio do Manchester United, está encantado com a vida em Inglaterra e com a paixão dos ingleses pelo futebol, mas mostra-se preocupado com a influência do negócio neste desporto.

«Não gosto nada do futebol atual. Gosto do desporto, mas não gosto nada do negócio no futebol atual», afirmou o internacional espanhol, em entrevista ao jornal ABC.

O criativo espanhol não ficou por aqui e continuou as críticas. «Não gosto no que se está a converter o futebol. Demasiados interesses criados, demasiadas injustiças. Eu gosto de jogar futebol, encanta-me treinar e encanta-me a sensação de jogar uma partida importante, de me sentir futebolista, mas não gosto do que rodeia o futebol», salientou.

«É um espetáculo, mas que deve ser visto como um desporto que sirva para alegrar e para unir. Há aspetos obscuros desconhecidos», lamentou o futebolista.

No meio das críticas ao negócio do futebol, Mata declarou o seu amor ao desporto-rei em Inglaterra, destacando a «pureza» do mesmo. «A paixão é insuperável e a maneira como os adeptos vivem e entendem o futebol também. É isso que faz esta liga ser diferente. Tática ou tecnicamente talvez não seja tão boa quanto a espanhola, mas pelo ritmo, pela entrega, pelo facto de qualquer um te poder ganhar, pela emoção… é única!»

A viver um dos melhores momentos em Manchester, depois de um início que defraudou as expectativas, Mata aconselha todos os jogadores a experimentarem aquele campeonato. «Recomendaria a todos os jogadores que jogassem, pelo menos, uma temporada na Premier League, para que vivam o futebol inglês. É diferente em tudo, é muito especial.»

Mudou-se há 5 anos para Londres, para representar o Chelsea, e após duas épocas e meia trocou a capital por Manchester, para vestir a camisola dos «red devils». Teve vários treinadores, entre eles Roberto Di Matteo, Rafa Benítez e David Moyes, mas os mais sonantes foram, sem sombra de dúvida, José Mourinho e Louis Van Gaal.

Um pedido de comparação entre os dois foi inevitável e Mata não fugiu à questão. «Creio que Van Gaal grita mais com os jogadores. Cada um tem o seu feitio, mas Van Gaal tem uma personalidade muito forte e expressa-o nos treinos. É o treinador que eu tive que mais se expressa, tanto para o bem como para o mal. Quando o fazes mal, grita-te, mas também te abraça e te dá um beijo se fazes as coisas bem», respondeu.