Depois do futebol, Ian Bishop mostra a vida que há para além da bola e dos relvados no resto da vida, fora dele. Aos 54 anos, vive em Miami, nos Estados Unidos, num dia a dia de polivalência e várias aventuras: do poker a limpar janelas, até à arte que passa pela pintura de quadros e ao amor por pássaros.

Antes de tudo isto, uma carreira que começou cedo e que passou, com notabilização, pelo West Ham e pelo Manchester City, na década de 90.

«Desde os quatro anos de idade, seria jogador de futebol. Não me lembro sequer se era esquerdino ou destro. Eu era o jogador mais lento que alguma vez iriam ver, então tinha de compensar e usar o cérebro. Eu joguei a meio campo, mas na verdade, eu era um número dez antes de os números dez ficarem na moda», recordou Bishop, em declarações ao jornal Daily Mail, ao qual relatou as novas vivências, após um percurso que passou ainda pelo Everton, Carlisle United, além de outros clubes em Inglaterra, País de Gales e Estados Unidos, país este no qual terminou a carreira, em 2004.

O gosto pela pintura é exibido numa das telas, exibidas em frente ao mar, num retrato de Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. «Desde miúdo que simplesmente tinha talento para isto», contou, partilhando também um momento em que ajudou um colega, à porta de um estabelecimento: «Um companheiro estava a limpar janelas e dei-lhe uma mão uma vez».

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Outro dos amores é a cacatua que tem, a quem chama Charlie, evidenciando o gosto que tem por pássaros. «É um pouco uma relação de amor e ódio. Eu amo-o, ele odeia-me», brincou Bishop, enquanto tinha a ave ao braço, antes de partilhar como se envolveu no jogo, o poker, recordando um episódio que o marcou em 2006.

Foi no hotel-casino MGM Grand, em Las Vegas, que Bishop perdeu um importante torneio. Contudo, haveria de ganhar 35 mil euros no dia seguinte: «talvez estivesse destinado a isso», comenta, notando que foi precisamente o poker que o fez recordar e reviver os ambientes vividos como futebolista nos estádios, mas também saber quando parar.

«Foi a única coisa que me deu um zumbido semelhante ao de estar perante 40 mil pessoas. Não foi desespero, como é para alguns. Não me interpretem mal, perder era como perder um jogo de futebol, mas é preciso aprender que tudo pode ir contra ti num só segundo. Aprendi a lidar com isso, o mesmo com o beber uma cerveja, ir a uma festa, jogar nos cavalos. Sei quando parar. Nunca deixei nada dominar-me», afirmou.