O Lyon assegura que vai «apresentar queixa nos próximos dias» e aponta o dedo ao Marselha por nada fazer para alterar uma realidade violenta que se repete todos os anos.
Em comunicado, o clube lamenta que tenha sido dado «um novo passo para o pior», este domingo. O Lyon refere que «este tipo de situação se repete todos os anos em Marselha» e apela às autoridades «para que tomem consciência da gravidade e da repetição deste tipo de incidente, antes que ocorra uma tragédia ainda mais grave».
A ministra do Desporto de França já comentou a violência desta noite. Amélie Oudéa-Castéra escreveu nas redes sociais que «as imagens dos autocarros apedrejados, bem como do rosto ensanguentado de Fabio Grosso, são aterradoras».
E acrescentou: «estes atos inaceitáveis são a negação dos próprios valores do futebol e do desporto e os seus autores têm de ser encontrados e severamente punidos. Os primeiros sete suspeitos já foram detidos».
«Estes actos de estupidez e de ódio, que nada têm a ver com o desporto, devem ser erradicados com a maior determinação pelo coletivo de todos os atores, públicos e privados, que amam verdadeiramente o desporto e devem unir-se mais firmemente do que nunca para o defender», concluiu a governante.
O treinador do Lyon regressou ao estádio depois de ser assistido no hospital e, juntamente com os jogadores, dirigiu-se ao relvado para saudar os adeptos do clube que permaneciam no interior do Velodrome.
O autocarro do Lyon foi apedrejado já na zona circundante do estádio, quando se preparava para entrar na garagem do Velodrome e estacionar. Um dos vidros laterais foi partido, projetando estilhaços para o interior do veículo.
O ataque causou ferimentos a Fabio Grosso, que foi assistido ainda no estádio, mas, depois, acabou por ser transportado ao hospital para fazer exames. Segundo a polícia, o objeto que causou os ferimentos foi uma garrafa de cerveja.
O técnico italiano teve de retirar pedaços de vidro do rosto, foi suturado com dez pontos e sentiu tonturas.
«Ele não conseguia manter uma conversa, tinha pedaços de vidro na cara. Estou muito zangado. Os nossos jogadores e o nosso treinador prepararam-se para esta noite e os adeptos queriam ver o jogo», disse John Textor, o empresário norte-americano que é proprietário do Lyon.
O jogo foi adiado para «uma data posterior», ainda desconhecida. O Lyon até queria jogar esta noite. No entanto, John Textor afirmou que «a decisão não cabia ao clube, porque tudo aconteceu fora do estádio». E assegurou que o Lyon apoia a decisão do árbitro.
Notre équipe a tenu à saluer nos supporters ❤️💙 pic.twitter.com/fEOU8Wlfmx
— Olympique Lyonnais (@OL) October 29, 2023
Les images des bus caillassés de l'@OL et de ses supporters, et celles du visage ensanglanté de Fabio Grosso sont révoltantes. Ces actes inadmissibles nient les valeurs mêmes du football et du sport, et leurs auteurs doivent tous être retrouvés et sévèrement sanctionnés. 7… https://t.co/OALGXLbfvE
— Amélie Oudéa-Castéra (@AOC1978) October 29, 2023