Tem 16 anos, joga como lateral esquerdo e foi nomeado uma das revelações do Championship. Ryan Sessegnon integra o onze ideal da segunda divisão inglesa, que é eleito todos os anos pela associação de jogadores profissionais. Representa o Fulham nesta lista, a par de Tom Cairney.

O recém-promovido Brighton é a equipa mais representada, com o guarda-redes David Stockdale, os defesas Bruno e Lewis Dunk e o médio Anthony Knockaert, que foi considerado o melhor jogador da temporada. Já o Newcastle está representado por Jamaal Lascelles, Jonjo Shelvey e Dwight Gayle. O alinhamento fica completo com Aaron Mooy, do Huddersfield, e Chris Wood, o melhor marcador do Championship.

Mas voltemos ao promissor Sessegnon. Oriundo dos subúrbios de Wandsworth, Kouassi Ryan Sessegnon juntou-se ao Fulham em 2008. Vinha acompanhado do irmão gémeo Steven e de muita ilusão. Aos poucos foi queimando etapas de progressão. Aos quinze anos já era titular indiscutível nos juniores.

Slaviša Jokanović recompensou a boa forma e chamou o defesa para trabalhar com a equipa sénior no último verão. A aposta compensou o risco.

Precisou de apenas dois jogos para chegar ao primeiro golo. Hoje já soma sete tentos, mais três assistências na temporada de estreia. E ainda alguns recordes batidos: primeiro atleta nascido no século XXI a marcar por uma equipa sénior nas ligas profissionais inglesas; jogador mais jovem a marcar no segundo escalão, com 16 anos e 94 dias.

Nem nos sonhos mais remotos o jogador londrino augurava tamanho sucesso com a camisola dos «cottagers». Os números tomam proporções ainda mais surpreendentes ao perceber que Ryan costuma aparecer no último reduto. Na verdade, assume-se como um lateral moderno, cuja propensão ofensiva é apanágio.

Os olheiros da Premier League já bateram às portas de Craven Cottage. Mais do que uma vez. Em Manchester, Liverpool ou nos grémios mais reconhecidos da capital britânica, Ryan Sessegnon já não passa despercebido. Ciente da cobiça, o Fulham arrepiou caminho e já anunciou que o atleta vai assinar um contrato profissional em maio, quando completar 17 primaveras.

Um prémio para coroar exibições de gala do internacional sub-19 inglês, projetadas com uma mera bolsa de estudos e um pé esquerdo de inegáveis predicados. A cereja no topo do bolo chegará com o regresso do Fulham à liga inglesa.

Faltam três jogos (Huddersfield, Brentford e Sheffield) para conseguir um lugar nos seis primeiros da tabela. Depois, é preciso ultrapassar uma carrada de emoções nos playoffs daquele que é, porventura, o campeonato mais competitivo do mundo.