O velho Estádio de Wembley não deixou boas recordações para o Benfica que perdeu ali duas finais da Taça dos Campeões no seu período áureo. A primeira em 1963, com uma derrota diante do Milan (1-2), e a segunda em 1968, batido pelo Manchester United (1-4).

Final da Taça dos Campeões de 1963

O dia 22 de Maio de 1963 ficou para a história como uma das maiores desilusões do clube da Luz. Os encarnados tinham ganho duas Taças dos Campeões consecutivas, colocando um ponto final no reinado do Real Madrid (5 títulos), com vitórias sobre o Barcelona (3-2) e sobre o próprio Real Madrid (5-3), e preparava-se para atacar o terceiro troféu. O adversário era o Milan que preocurava o seu primeiro título europeu.

Tudo parecia correr bem ao Benfica quando Eusébio abriu o marcador aos 19 minutos na sequência de um passe de Torres a que o «Pantera negra», em velocidade, acorreu para bater Ghezzi. No entanto, o sonho do «tri» ruiu após o intervalo pelos pés do brasileiro Altafini que bateu Costa Pereira por duas vezes.

O Benfica teve mais quatro oportunidades para completar o seu «hat-trick», uma delas novamente em Wembley, mas nunca o conseguiu.

Ficha do jogo:

BENFICA: Pereira, Cavém, Cruz, Humberto, Raúl, Coluna, Augusto, Santana, Torres, Eusébio e Simões.

MILAN: Ghezzi, David, Trebbi, Benitez, Maldini, Trapattoni, Pivatelli, Sani, Altafini, Rivera e Mora.

Marcadores: Eusébio e Altafini (2).

Resultado final: 1-2.

Final da Taça dos Campeões de 1968

A 29 de Maio de 1968, o Benfica regressou a Wembley para disputar a sua quinta final da Taça dos Campeões em oito anos, desta feita, frente ao Manchester United. Depois da derrota em 1963, os encarnados voltaram a perder em 1965, em Milão, frente ao Inter (0-1). O nome do Benfica continuava a soar forte na Europa, ao ritmo dos golos de Eusébio, e assumiam total domínio em Portugal, conquistando o seu sétimo título em nove anos.

Depois de uma primeira parte tensa, com muitos nervos à flor da péle, o United abriu o marcador dez minutos depois do intervalo com golo de Bobby Charlton. No entanto a esperança dos encarnados renasceu a dez minutos do final, quando Jaime Graça restabeleceu o empate depois de uma boa assistência de Torres.

Pouco depois, muitos corações terão parado de bater em Lisboa, quando, a quatro minutos do fim, Eusébio atirou contra o corpo de Stepney. No entanto, o pior estava para vir. A dois minutos dos «90», Bobby Charlton arrancou para um fenomenal golo e, nos oito minutos de compensação, o United marcaria mais dois golos. Primeiro por Brian Kidd e a finalizar, mais uma vez, por Bobby Charlton.

O Manchester United mantinha, assim, o troféu na Grã-Bretanha, depois de no ano anterior o Celtic o ter ido buscar a Lisboa com uma vitória sobre Inter (2-1) no Estádio Nacional. O Benfica voltou a marcar presença numa final da Taça dos Campeões por mais duas vezes (1987/88 e 1989/90), ambas sem sucesso.

Ficha do jogo

BENFICA: Henrique, Adolfo, Jacinto, Humberto, Cruz, Jaime Graça, Coluna, Augusto, Eusébio, Torres e Simões.

M. UNITED: Stepney, Brennan, Dunne, Crerand, Foulkes, Stiles, Best, Kidd, Charlton, Sadler e Aston.

Marcadores: Jaime Graça, Bobby Charlton (2), George Best e Kidd.

Resultado final: 1-4.