Esteve para ser um dragão, a pedido dos amigos, mas isso não era o seu estilo. Edilson surgiu no treino de hoje do Flamengo com um lobo tatuado no braço esquerdo, um novo amuleto que espera vir a dar-lhe sorte no futuro, e fez-se tema de todas as conversas. «Dragão é para zagueiro violento», justificou, quem sabe se a pensar em Argel, o antigo defesa do F.C. Porto que, mesmo a propósito, antes de vir para Portugal, tatuara o símbolo do clube das Antas num ombro. «Eu sou mais delicado», brincou o avançado que passou pelo Benfica nos tempos de Artur Jorge. 

Escolheu então o lobo, que lhe custou pouco mais de 60 contos, na praia do Leblon, na noite de quarta-feira. O amigo Vampeta foi quem mais o incentivou. O médio já se rendeu às pinturas na pele e apostou na pantera, que faria furor em Portugal, no líder da I Liga. No Flamengo, porém, o animal que Edilson escolheu tem uma segunda interpretação, já que é alcunha do actual treinador, Mário Zagallo. «Este lobo é velho como ele, de facto», brincou o jogador, assumindo de imediato um tom mais sério. «Não, isso é brincadeira. Vamos respeitar o nosso técnico». 

O certo é que hoje não se falou de outra coisa na Gávea. O próprio Zagallo, igualmente a meio de um par de gargalhadas, disse que agora há «dois lobos no Flamengo» e mostrou-se esperançado que a tatuagem contribua de alguma forma para o sucesso do seu jogador. «Não vou prometer golos para o próximo jogo com o Olaria, mas espero que me dê sorte», concluiu Edilson.