O alargamento do Mundial de futebol de 32 para 48 seleções, a partir de 2026, que tem forte oposição dos clubes europeus, foi uma das medidas bandeira no primeiro ano do presidente da FIFA, Gianni Infantino.

O antigo secretário-geral da UEFA foi eleito a 26 de fevereiro de 2016, encerrando o polémico reinado de Joseph Blatter, que, após 17 anos no cargo, deixou a liderança na sequência de um escândalo de corrupção, acabando mesmo por ser suspenso por seis anos de toda a atividade ligada ao futebol.

No ato eleitoral de Zurique, Suíça, Infantino recebeu, na segunda volta, 114 votos, ficando à frente do xeque Salman bin Ebrahim al-Khalifa (88) e do príncipe jordano Ali bin al Hussein (quatro), enquanto o francês Jérôme Champagne não recolheu qualquer voto.

O jurista, que era conhecido do grande público por presidir, ano após ano, aos sorteios das competições europeias, saiu definitivamente da sombra de Michel Platini, também suspenso, e prometeu, no ato de tomada de posse, um mandato ‘revolucionário’.

No topo das prioridades estavam «restaurar a imagem e o respeito» pela FIFA e apagar os «momentos tristes e de crise» que assolaram o organismo.

Poucos dias depois, a 05 de março, o International Board (IFAB), entidade que regula as leis no futebol, aprovou, a título experimental, o recurso às imagens vídeo nas arbitragens dos jogos, uma decisão que Infantino qualificou de «uma decisão verdadeiramente histórica para o futebol».

O Conselho da IFAB irá agora avaliar a 03 de março, em Londres, o recurso ao vídeo-árbitro (VAR), que se encontra em fase experimental.

Os testes já feitos com árbitros assistentes de vídeo (VAR) são um dos principais itens da agenda da próxima assembleia, bem como as previsões de utilização da tecnologia durante o ano em cerca de 20 competições em todo o mundo.

Na sequência das polémicas em torno da atribuição da organização dos Mundiais de 2018, à Rússia, e de 2022, ao Qatar, o presidente da FIFA prometeu «fazer todos os possíveis para que se evite pensar o porquê de acontecerem coisas estranhas», pelo que o processo de eleição «tem de ser transparente».

«O processo de atribuição do Mundial de 2026 terá de ser correto. É um compromisso que pretendo cumprir, até porque é a credibilidade da FIFA que está em jogo», disse, na altura, manifestando, porém, absoluto apoio às escolhas da Rússia e do Qatar.

Mas se a atribuição da organização para 2026 está ainda por definir, Infantino já avançou com dois conteúdos revolucionários: o alargamento de 32 para 48 seleções e, eventualmente, repartir a organização por alguns países, como vai suceder com o Europeu de 2020, que decorrerá em 13 cidades europeias.