O presidente da FIFA, Gianni Infantino, veio a público negar ter cometido «qualquer ilegalidade» enquanto antigo responsável jurídico da UEFA, no âmbito da assinatura de um contrato duvidoso com uma sociedade offshore de cedência de direitos televisivos, notícia avançada por vários jornais europeus, esta quarta-feira, na sequência da investigação em redor do caso designado como Panama Papers.

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«Pessoalmente, nunca tive nenhum contacto com a empresa Cross Trading nem com os seus proprietários, já que o processo foi conduzido por uma empresa de marketing em nome da UEFA. Estou consternado, nada sugere que qualquer ilegalidade tenha sido cometida por mim ou pela UEFA e não aceitarei que a minha integridade seja posta em causa. Tanto mais que a UEFA já deu a conhecer todos os pormenores relativos a estes contratos», afirmou o dirigente em comunicado.

De acordo com as notícias que foram publicadas esta quarta-feira, citando os designados «Papéis do Panamá», Gianni Infantino terá intermediado, enquanto dirigente da UEFA, um negócio de cedência de direitos televisivos com uma sociedade offshore, por um montante bastante abaixo dos valores de mercado. As mesmas notícias avançam que o recém-eleito presidente da FIFA assinou em 2006 e 2007, enquanto responsável do departamento jurídico da UEFA, contratos de cedência de direitos televisivos relativos a três temporadas da Liga dos Campeões.

Os contratos terão sido assinados com a empresa Cross Trading, dos empresários argentinos Hugo e Mariano Jinkins, que alegadamente compraram os direitos televisivos por 111 mil dólares (cerca de 97,5 mil euros) e os revenderam por mais de 311 mil dólares (273 mil euros). Os dois empresários são acusados pela justiça norte-americana de subornos no quadro do escândalo de corrupção que abalou o organismo máximo do futebol mundial.

Os «Papéis do Panamá» são o resultado da maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolvendo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington.