Hector Bellerín, antigo jogador do Sporting, assumiu não compreender as críticas dirigidas aos jogadores de futebol e que visam a sua masculinidade.

«É muito engraçado, porque só dizem aos futebolistas para se cingirem ao futebol quando dizem ou fazem algo que não é demasiado masculino. Quando jogamos PlayStation, conduzimos carros rápidos ou nos embebedamos, ninguém diz nada. Mas quando o Borja [Iglesias] pinta as unhas ou quando vou a um desfile de moda, é aí que nos questionam, é nessa altura que o que fazemos afeta o nosso futebol», disse o lateral-direito espanhol, em entrevista à BBC.

O jogador do Betis destacou ainda a importância de dar o devido valor ao meio ambiente e apresentou soluções ecológicas que podem ser implementadas nas equipas de futebol.

«Em quase todos os países da Europa podíamos viajar de comboio. Com Arsene Wenger [no Arsenal], sempre que tínhamos de ir a Manchester ou Liverpool, costumávamos viajar de comboio e essas são opções muito simples e limpas», frisou.

Bellerín também teceu críticas aos modelos de várias competições, como os Mundiais que são jogados em mais do que um país.

«O futebol tem mais a ver com margens, com a possibilidade de ganharmos mais dinheiro e menos com as pessoas que o apoiam e com as pessoas que realmente tornam o futebol excelente», reconheceu.

«Está a tornar-se algo mais elitista e tê-lo em três países diferentes torna mais difícil para os adeptos acompanharem o seu país. Estamos a perder um pouco da essência do que o futebol realmente é e de quem são as pessoas que realmente fazem o futebol, que são as pessoas que nos seguem e nos assistem todo fim de semana», acrescentou.

Bellerín, que representou o Sporting na segunda metade da época passada, leva 23 jogos pelo Betis nesta temporada.