O jogo entre o Persija Jakarta e o Persib Bandung terminou da pior maneira, neste que é um dos encontros mais escaldantes da Liga Indonésia.

O duelo terminou empatado e no final do jogo, os jogadores do Persija Jakarta, que jogava fora, tiveram de sair com proteção policial e mesmo assim houve elementos atingidos. 

O único motivo para esta situação é a rivalidade entre os dois clubes. O brasileiro Júnior joga no Persija Jakarta e conta como tudo aconteceu:

«Para falar a verdade, fiquei com muito medo. Nunca passei por isso na vida, foi bravo. Saí antes do jogo acabar, fui tomar banho para agilizar. Tínhamos que entrar num autocarro blindado para sair logo do estádio e ir embora direto. Não deu nem tempo de todo mundo tomar banho. Foi a primeira vez que passei por isso, foi difícil. Eu achei que ia acontecer alguma coisa ali, alguma tragédia. Achei que os adeptos fossem entrar no campo. Sorte que havia muitos polícias. Já vi brigas de torcidas. No Brasil isso acontece. Agora, adepto querer matar jogador? Eles estavam com ódio, queriam-nos matar», contou à Globo.

O avançado explica que esta rivalidade e diz que teme pelo pior para os próximos duelos: «Eles vão apanhar uma punição grande, pagar uma boa quantia. Mas eu acho que esse clássico não pode ser jogado na casa deles nem na nossa. Tem de ser em um campo neutro. Não aconteceu nada, mas, na próxima, alguém pode morrer, algum jogador ficar ferido.»

Júnior conta algumas das coisas que nunca pensou que pudessem acontecer no futebol: «Vi uma rivalidade fora do normal, que eu nunca tinha visto na minha vida. Quando o jogo é na casa deles, a nossa torcida não pode ir e, quando é na nossa casa, a torcida deles não pode vir. Jogamos contra eles no sábado. Chegamos ao hotel sem a roupa do nosso clube para que ninguém nos visse. No dia do jogo, entramos num blindado, porque é perigoso ir num autocarro normal. Noutras vezes, quando os jogadores estavam no autocarro, atiravam «cocktail molotov», pedras, partiam as coisas. Então, tivemos que ir num blindado. Deixaram-nos dentro do estádio e, enquanto estávamos aquecendo, a torcida insultava-nos muito. O normal é a torcida ter rivalidade com a outra torcida. Aqui, a torcida tem rivalidade com os jogadores também. E o jogo foi 1 a 1. Imaginem se ganhávamos o jogo? Eu acho que a gente não sairia daquele estádio.»