José Mourinho foi entrevistado por Rio Ferdinand, jogador do Queen Park Rangers e também jornalista da BT Sport. Os reforços do Chelsea e as razões que o levaram a regressar a Inglaterra foram alguns dos temas abordados.

Os blues garantiram Cesc Fabregas e Diego Costa para esta nova temporada 2014/15, mas viram Frank Lampard sair para o New York City, clube que joga na MLS - vai jogar no Manchester City, por empréstimo.

«O Frank é insubstituível. É um jogador muito especial. O Cesc é um jogador fantástico, mas nunca podemos dizer que vem substituir o Frank, que um dia terá, certamente, uma estátua ao lado da de Peter Osgood. Queríamos o Diego desde o ano passado, mas decidimos esperar e acho que foi uma boa decisão. O Fabregas é um jogador que precisamos para modificar o nosso jogo. Gosto de lhe chamar um sete porque não é um seis nem é um oito, é um pouco dos dois, e precisamos muito dele.», afirmou o técnico à BT Sport.

O português disse gostar de dar oportunidade aos jovens da formação de se mostrarem na equipa principal, afirmando que não concorda com o número de estrangeiros nos escalões inferiores. Mourinho garante que no Chelsea querem «fazer alguma coisa para mudar isso».

Questionado sobre as razões que o levaram a voltar a Inglaterra, o técnico diz gostar «de várias coisas», mas principalmente da competitividade : «Gosto de várias coisas neste país. A atmosfera dos jogos, a relação entre todos nós. A empatia não só com os adeptos do Chelsea, mas também com os dos adversários. Gosto principalmente da competitividade. Quando estive em Itália, a Juventus passava por dificuldades. O título decidia-se entre o Inter e o AC Milan. Mudei-me para Espanha e era entre o Real Madrid e o Barcelona. Quando jogava em casa cruzava as pernas porque sabia que íamos vencer. Neste momento consegue dizer-me quem vai ganhar a Premier League? Não consegue dizer-me.»

Conhecido por ser um treinador que gosta de ter uma relação de proximidade com os jogadores, Mourinho explicou: « A minha filosofia é muito simples e básica, no entanto nem sempre é o mais fácil de se conseguir. O mais importante são os jogadores e a equipa. Todos trabalhamos para que eles possam estar nas melhores condições para dar o máximo em campo. São todos diferentes, reagem de formas diferentes, por isso trato-os de forma diferente. Quanto melhor os conheço, melhor consigo interagir com eles.»

José Mourinho, que conta já com passagens pela Ligas portuguesa, inglesa, italiana e espanhola, diz não ter qualquer arrependimento e está feliz por ter chegado onde chegou, sem nunca ter sido um grande jogador de futebol.

«Chegar onde cheguei como treinador, sem nunca ter sido um jogador de topo é a minha melhor conquista», referiu, acrescentando: «O mundo do futebol mudou e agora percebe que isto é possível. E eu sei que fui um dos responsáveis pela mudança de mentalidade, pois quando comecei esta era uma situação difícil de mudar. Posso chorar quando ganho, mas nunca quando perco. Mesmo nos piores momentos penso sempre no próximo passo. Se ganhar posso emocionar-me, mas se perder quero mais.»