A eliminação do Manchester United da Liga dos Campeões, aos pés do Sevilha, foi o tema abordado por José Mourinho, na conferência de imprensa de antevisão da partida frente ao Brighton, da Taça de Inglaterra.

«Estou vivo. Não vou fugir, desaparecer ou chorar porque ouvi alguns assobios», começou por dizer.

O técnico português continua a defender-se das críticas de que foi alvo, tendo falado durante 12 minutos.

«Claro que estou melhor. Estou feliz com o que vi dos meus jogadores após o jogo. Estou feliz pelas pessoas estarem tristes e frustradas. Estou feliz por estarmos exatamente na mesma página. Não tivemos muito tempo para estar tristes. Estou feliz pelos jogadores estarem de volta com o mesmo espírito que eu», continuou.

Mourinho recordou que o Manchester United apenas chegou aos quartos de final uma vez desde 2011: «Em sete anos, com quatro treinadores diferentes, o Manchester United por uma vez não se apurou para as competições europeias, foi eliminado duas vezes na fase de grupos e apenas chegou uma vez aos quartos de final. A isso chama-se herança futebolística.»

De seguida, comparou a sua equipa com o Manchester City.

«Sabem o que é herança? Otamendi, De Bruyne, Fernandinho, Silva, Sterling, Aguero foram todos investimentos feitos anteriormente, não foram realizados nos últimos dois anos. Quando me for embora, o próximo treinador do Manchester United encontrará cá Lukaku, Matic e, claro, De Gea, que já está por cá há bastantes anos. Encontrará jogadores com mentalidade diferente, com qualidade, conhecimentos, diferente estatuto», afirmou.

O «Special One» considerou que os red devils atravessam um período de transição como emblemas e continuou a sustentar a sua defesa, realçando que não se vai esconder.

«Tenho um trabalho impressionante para fazer. Podia estar noutro país com o título no bolso, mas estou aqui e continuarei a estar. De forma alguma mudarei a minha mentalidade», disse, antes de continuar.

«Não vou desaparecer no túnel ou fugir após o jogo. No próximo jogo serei o primeiro a sair, não tenho medo das minhas responsabilidades.»

Por ultimo, Mourinho concluiu os 12 minutos de discurso a lembrar o seu percurso, do qual se orgulha: «Quando tinha 20 anos, não era ninguém no futebol. Era filho de alguém, com muito orgulho. Agora, com 55 anos sou o que sou. Fiz tudo o que fiz com muito trabalho e talento. Entendi durante muitos, muitos, muitos, muitos anos que era difícil para as pessoas que não gostam de mim. Lá está ele a ganhar outra vez. Nos últimos dez meses não venci nada, mas ganhei ao Liverpool, ao Chelsea e perdi com o Sevilha. É o momento dos responsáveis do Sevilha estarem contentes.  Aprendi da minha formação religiosa em ser feliz com a felicidade dos outros. Por isso, que seja assim, eu sou um tipo mesmo muito feliz.»

O Manchester United defronta este sábado, às 15h00, o Brighton em jogo da Taça de Inglaterra.