Com o português Bruno Gama a jogar os últimos dez minutos, o Dnipro tornou-se o finalista surpresa desta edição da Liga Europa, graças à vitória, por 1-0, sobre o Nápoles. Em Kiev, palco emprestado da equipa de Dnipropetrovsk, devido à tensão política na Ucrânia, o Dnipro consentiu ao Nápoles algum ascendentes, gerindo a curta vamtagem trazida da primeira mão. Na primeira meia hora valeu a atenção do guarda-redes Boyko, que por duas vezes, com defesas magistrais, negou o golo a Higuaín.

Com o passar do tempo, porém, o Dnipro equilibrou as operações e, aproveitando uma relva pesada e encharcada, terminou o primeiro tempo com algum ascendente, obrigando mesmo o argentino Andújar a uma grande defesa, a remate do ponta de lança Seleznyov.

Quando se esperava que a equipa italiana, liderada por Rafa Benitez, aproveitasse o intervalo para lançar mão dos trunfos que tinha no banco – com destaque para Hamsik e Mertens – foi o Dnipro a surgir melhor no reatamento e a tirar partido disso mesmo, para abrir o marcador. Aos 58 minutos, o excelente Konoplyanka arrancou um bom cruzamento na esquerda, que Seleznyov cabeceou para golo, no coração da área.

A partir daí, já com Mertens e Hamsik em campo, o Nápoles voltou a carregar, mas esbarrou na boa organização defensiva do Dnipro que, nos minutos finais, com o ex-bracarense Matheus e Bruno Gama em campo, poderia ter aproveitado os espaços para sentenciar a partida e a eliminatória. Mesmo assim, o jogo terminou em apoteose, com os adeptos a invadirem o campo para festejar a primeira final europeia na história do clube. Para Benitez e o Nápoles, ficou gorada a possibilidade de salvar a temporada com uma nova vitória na Europa, restando-lhe agora tentar, in extremis, o acesso à Liga dos Campeões através do campeonato. E, para o futebol português, fica a certeza de que, pelo sexto ano consecutivo, haverá pelo menos um jogador português a erguer o troféu na final de 27 de maio.