Um, dois, três.

Foi a conta que o Salzburgo fez à baliza de Douglas e os números da derrota do V. Guimarães esta tarde, na Áustria, por 3-0. Dabbur, Ulmer e Hwang acentuaram a inoperância minhota, num desfecho que, apesar de negativo, ainda deixa hipóteses de apuramento, graças ao empate na Turquia entre Konyaspor e Marselha.

De novo com Wakaso adaptado no centro da defesa, Pedro Martins apostou em Sturgeon, uma estreia na prova, a apoiar Rafael Martins na frente. Héldon e Rafael Miranda saíram, com Hurtado a voltar ao onze.

Se até a derrota, num cenário utópico, mantém os minhotos com uma réstia de esperança pelo apuramento, este era, verdade seja dita, um jogo de ganhar ou ganhar. A testar a estaleca europeia dos conquistadores após o êxito com o Marselha.

Mas primeira parte pouco de bom fez adivinhar. E os dois golos de desvantagem, ao intervalo, espelharam uma equipa incapaz de reter a bola. De criar real perigo aos austríacos. Muito pontapé para a frente.

Tudo começou pela dificuldade dos laterais em fechar os corredores a Berisha, Minamino ou Dabbur. Ainda que algo tímido, o V. Guimarães tentou dar um safanão à boleia de Hurtado. O peruano isolou Rafael Martins, que caiu ao arrancar: sentiu um toque de Pongracic, esboçou um tímido protesto e o árbitro mandou seguir.

FILME DO JOGO

Depois, o minuto 27 e Dabbur vincaram as debilidades defensivas da equipa lusa. O avançado desviou o cruzamento de Lainer, Victor García chegou tarde e Douglas mal reagiu perante o cabeceamento certeiro.

No primeiro de dois minutos de compensação, Ulmer – já havia ameaçado após o 1-0 – acentuou a diferença e dobrou a vantagem dos austríacos. Tudo mais complicado para o V. Guimarães, que antes estivera perto do empate numa cabeçada de Rafael Martins ao ferro. Diga-se, na mais bela jogada dos minhotos. Uma raridade em Salzburgo.

No recomeço, a equipa de Pedro Martins esboçou reação pela velocidade de Raphinha. Mas apoio e ligação entre o meio campo e o ataque foi coisa pouca. Rafael Martins, colado à área contrária, nunca conseguiu levar a bom porto cruzamentos caídos na área.

Além da desvantagem, Martins sofreu duros revés com as lesões de Pedrão e Raphinha. Héldon e Hélder Ferreira, frescos e com vontade, pouca diferença fizeram. E Jubal, recém-entrado, estive ligado de forma infeliz ao 3-0. Tentou o corte perante Hwang, a bola sobrou para Dabbur, este contornou Douglas e perdeu ângulo. Contudo, teve paciência e arte para ultrapassar García e oferecer o tento ao colega sul-coreano.

O Salzburgo, mais em gestão e a jogar com o erro contrário, cimentava a vantagem. Com pouco mais de vinte minutos, o melhor do Vitória passou pelo pé esquerdo de Raphinha, num livre socado por Walke. O tal lance que ditou a lesão do extremo.

Derrota pesada. Lesões a aumentar dores de cabeça para Pedro Martins. Último lugar do grupo. No meio da penúria, os conquistadores ainda têm uma ínfima hipótese de apuramento.

Obrigação? Ganhar ao Konyaspor e esperar que o Marselha perca. Venham as decisões.