O crescimento de Angola é alucinante, mas nem todos terão ainda capacidade para atingir um nível de rendimentos que lhe permita comprar um apartamento. A Nova Cidade de Kilamba, às portas de Luanda, é sinal disso mesmo.

Foi construída para albergar 500 mil pessoas, mas a esmagadora maioria dos seus edifícios está vazia, aguardando por ocupação. Numa reportagem recente a BBC apelidou-a de «cidade-fantasma», o que levou o «Jornal de Angola» a reagir, dizendo que vivem lá algumas pessoas, mas é preciso tempo para encher a cidade.

O bairro de Nova Cidade de Kilamba ainda não foi acabado, mas prevê a construção de 750 prédios de oito andares, dezenas de escolas e lojas. O projeto foi apresentado com pompa e circunstância pelo governo Angola e a construção esteve a cargo da empresa China International Trust and Investment Corporation, mas dos 2800 apartamentos apenas algumas centenas foram vendidas (segundo a BBC 220). A promotora imobiliária não vende por menos, mas o abertura ao arrendamento poderá abrir portas a mais pessoas.

«Na Cidade do Kilamba onde estive esta semana, vi muita gente a morar em novos apartamentos, escolas e creches abertas com crianças e bebés, supermercados com a mais variada oferta de produtos, viaturas estacionadas nos parques que Luanda nunca teve», escreveu José Ribeiro, diretor do «Jornal de Angola».

«Na Cidade do Kilamba vive quem quer e pode. Muitos outros vão viver. Uma cidade para 500.000 habitantes não se enche de um dia para o outro. Leva tempo. E é preciso comprar as casas. Quem tem dinheiro, compra-as a pronto pagamento e vai viver para a nova cidade. Quem tem de recorrer a empréstimos bancários tem de aguardar que o pedido de crédito seja aprovado e o dinheiro disponibilizado», acrescentou.