Bernardo Silva é campeão de Inglaterra, ao fim de um primeiro ano que foi já de afirmação num Manchester City que dominou a Premier League desde o início. Um título de corpo inteiro para o jogador português, até agora com 31 jogos e quatro golos marcados na campanha dos «Citizens» no campeonato, em absoluto o jogador utilizado em mais jogos por Pep Guardiola nas várias competições, ainda que tenha saído com frequência do banco. Campeão em dois anos consecutivos em Ligas diferentes: em França na época passada no Mónaco e agora em Inglaterra. Numa altura em que já se decidiram três dos grandes campeonatos europeus e a maioria das decisões estão aí, ainda não há muito mais portugueses a festejar campeonatos nacionais. Mas alguns estão perto.

O Bayern Munique foi o primeiro «grande» a celebrar, num ano em que não houve portugueses na festa. Na época passada Renato Sanches ainda fez parte do início da campanha, nesta temporada saiu para o Swansea sem ter feito qualquer minuto na Bundesliga.

Este ano é Gonçalo Guedes quem tem uma pequena parte da caminhada do novo campeão de França, precisamente quatro minutos no arranque da Ligue 1, antes de sair para o Valencia e de o PSG se lançar numa campanha avassaladora que terminou com os 7-1 ao Mónaco para selar a conquista do título. Leonardo Jardim, que na época passada liderou o Mónaco numa campanha notável a interromper a hegemonia do PSG, tem agora como objetivo manter o segundo lugar com João Moutinho e Rony Lopes.

Depois há, claro, o Barcelona, que tem Nélson Semedo e André Gomes. Ainda não é formalmente campeão de Espanha mas está perto, com 11 pontos de vantagem sobre o At. Madrid a seis jornadas do fim. Cristiano Ronaldo está longe da luta, mas é em contrapartida o único português na Liga dos Campeões, a liderar o Real Madrid na busca do «tri».

Em Itália, o Nápoles de Mário Rui está na luta, mas vê a cada jornada cavar-se o fosso para a Juventus, que já leva seis pontos de vantagem.

E depois há o Wolverhampton. Não é uma liga principal, mas no Championship, que tem maior dimensão que muitos campeonatos por essa Europa fora, a equipa mais portuguesa dos campeonatos estrangeiros, orientada por Nuno Espírito Santo e que tem Rúben Neves, Diogo Jota, Hélder Costa, Roderick Miranda, Ivan Cavaleiro e Rúben Vinagre, já garantiu a subida à Premier League e está muito perto do título.

Entre os principais campeonatos europeus, apenas o holandês está já de resto decidido. O PSV Eindhoven arrumou o assunto neste fim de semana em duelo direto com o Ajax, sem portugueses na festa.

Olhando para o restante panorama dos campeonatos europeus de Inverno, à beira do fim, há um treinador na rota do título num campeonato principal: Paulo Fonseca, que lidera na Ucrânia e está em boa posição para o bicampeonato com o Shakhtar Donetsk, embora a derrota do passado fim de semana com o Dínamo Kiev tenha diminuído para três pontos a vantagem em relação ao rival .

Há portugueses perto do título também na Rússia, onde o Lokomotiv Moscovo de Manuel Fernandes e Éder lidera com cinco pontos de vantagem sobre o Spartak Moscovo a cinco rondas do final do campeonato.

Na Turquia está tudo em aberto e portugueses na luta. Com cinco jornadas por disputar, o Besiktas de Ricardo Quaresma e Pepe está a um ponto do líder, que é agora o Galatasaray, em igualdade com o Istambul Basaksehir. O Fenerbahçe de Neto está a três pontos.

Na Grécia também há vários portugueses envolvidos na corrida pelo título, no meio da enorme confusão instalada esta época no futebol grego. Nesta altura lidera o AEK de Hélder Lopes e André Simões. O PAOK, de Vieirinha, e o Olympiakos, de André Martins e que terá Pedro Martins como treinador na próxima época, estão na luta. Ambos foram condenados a perda de pontos mas a polémica ainda não terminou e ameaça alimentar a confusão até ao fim. 

Na Roménia, o campeonato está na fase final e com portugueses na luta. Na frente nesta altura o Steaua de Filipe Teixeira e Artur Jorge, com dois pontos de vantagem sobre o Cluj de Mário Camora. O Universitatea Craiova, de Tiago Ferreira e André Santos, está a sete pontos a seis jornadas do fim.

Também no Chipre, cumprindo a tradição recente, tudo indica que o título falará português. Nesta altura está o Apollon de João Pedro e Bruno Vale na frente, seguido de perto pelo APOEL, orientado agora pelo treinador português Bruno Baltazar e ainda com Nuno Morais no plantel, a dois pontos de distância.

Na Bélgica o Club Brugge lidera com três pontos de vantagem ao fim de três de 10 rondas da fase final, com o Anderlecht de Josué Sá em segundo e o Standard Liége de Sá Pinto quarto e ainda na luta pela Liga Europa.

Mais complicado em campeonatos como o croata, onde o Hadjuk Split de Hugo Almeida está nesta altura a oito pontos do líder Dínamo Zagreb, com seis rondas por disputar, ou o búlgaro, onde o Ludogorets lidera com seis pontos de vantagem sobre o CSKA Sofia de Tiago Rodrigues e Rúben Pinto, com sete rondas ainda por jogar.