O panorama na liga é bem diferente, é certo. O Milan está no nono lugar, a meio da tabela, com 24 pontos. Longe dos lugares de Liga dos Campeões. Lá mora o Inter, no pódio: terceiro lugar, 40 pontos.

Mas a distância pontual, seja qual for, ajoelha-se quando os maiores de Milão se defrontam. Seja a eliminar, como for. Dérbi é dérbi.

E foi no desta noite, em San Siro, que o Milan deu uma sapatada nas duas últimas derrotas na liga, graças a um golo de Cutrone, no prolongamento. Isto perante o mesmo Inter que dista de si 16 pontos na luta do «scudetto». Distância desprezada na fervura do duelo da Lombardia.

Dentro das quatro linhas, o Milan cedo teve dores de cabeça, antes do apito inicial. Gigi Donnarumma ficou fora dos eleitos por lesão, Storari preparava a titularidade, mas lesionou-se no aquecimento e deu lugar a outro Donnarumma: Antonio, o irmão.

Mas nem foi pela mudança na baliza que os «rossoneri» ficaram a perder. Com André Silva no banco - de lá não saiu - e dois portugueses no onze do Inter, João Cancelo e João Mário, pertenceram à equipa de Gattuso duas ocasiões claras para marcar. Valeu Handanovic, a negar os intentos de Bonaventura e Suso.

Pelo meio, o videoárbitro anulou um golo ao Inter. Perisic desviou um canto na área e beneficiou de um desvio de Donnarumma para a baliza. O lance foi rápido, tanto quanto os festejos em vão: Marco Guida, com recurso ao vídeoárbitro, anulou o golo por posição irregular de Ranocchia.

Assistia-se a um jogo calmo, às vezes chato pela prepotência e virilidade, que ditou até duas substituições forçadas no Milan. Prejuízo de Gattuso, que teve de tirar Abate e Kalinic – a referência central no ataque – no decorrer da segunda parte.

FICHA E FILME DO JOGO

Pelo meio, João Mário teve talvez a melhor ocasião à hora de jogo. Ganhou Donnarumma e a instantaneidade nos reflexos para manter o nulo, que só voltou a ser ameaçado num remate de Suso ao ferro (80m) e em duas tentativas de Perisic.

As alterações não surtiram efeito na segunda parte e foi preciso o prolongamento para ditar diferenças. Aí, valeu um dos melhores desde início – Suso – e uma aposta saída do banco – Cutrone, que rendeu o lesionado Kalinic – para dar a vitória ao Milan, aos 104 minutos.

O espanhol iludiu Nagatomo, picou a bola para a área e lá estava o italiano. Rápido a soltar-se nas costas de Skriniar, Cutrone não perdoou perante Handanovic e marca encontro com a Lazio na luta por um lugar na final. Em português, um André Silva vs Nani.