Mais um episódio no escândalo de corrupção na FIFA. Desta vez, é o próprio organismo a admitir ter existido um esquema fraudulento na atribuição do Mundial de 2010.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a FIFA refere que apresentou às autoridades norte-americanas um pedido de indemnização, reclamando vários milhões de dólares a 41 antigos colaboradores, entre os quais alguns que se encontram sob investigação, casos de Chuck Blazer, Jack Warner e Jeffrey Webb.

«Os culpados abusaram das posições de confiança que detinham na FIFA e noutras organizações de futebol internacionais e causaram danos graves à FIFA, às suas associações-membro e à comunidade do futebol. O dinheiro que colocaram no bolso pertence ao futebol global e era destinado ao desenvolvimento e promoção do jogo. A FIFA, como entidade reguladora do futebol mundial quer o dinheiro de volta e estamos determinados a reavê-lo demore o tempo que demorar», refere o presidente Gianni Infantino.

Entre os argumentos apresentados, a FIFA refere que Jack Warner, Blazer e um terceiro elemento receberam 10 milhões de dólares da África do Sul em troca do voto para a escolha do país anfitrião do Mundial em 2010.

No ano seguinte, nas eleições presidenciais de 2011, Jack Warner terá recebido um montante em dinheiro para convencer alguns responsáveis a votar em Bin Hammam. Esses mesmos responsáveis terão recebido do próprio candidato uma nova quantia posteriormente.

Recorde-se que Warner e Hammam foram banidos para sempre pela FIFA.

Outros antigos dirigentes estão também acusados de desviar dinheiros relativos a direitos de transmissão de jogos de qualificação para o Mundial, algo que já estaria a ser feito também para as provas em 2018 e 2022.

No total, a FIFA reclama uma quantia de cerca de 190 milhões de dólares perdida entre subornos e esquemas de corrupção perpetuados por antigos dirigentes.