Cinco tibetanos imolaram-se pelo fogo na quarta-feira na China em protesto contra a dominação chinesa do Tibete, informou um porta-voz do Governo tibetano no exílio.

«Pelo menos duas pessoas morreram na sequência das queimaduras», disse o porta-voz em Nova Deli do Governo tibetano no exílio, Tempa Tsering, citado pela Lusa.

Segundo o jornal «The Epoch Times», o incidente envolveu três monges tibetanos adolescentes, uma jovem mãe e outro tibetano. Os cinco atearam fogo ao seu próprio corpo como forma de protesto contra o domínio chinês, numa altura em que decorre o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês.

Os três monges, um de 15 e os outros de 16 anos, imolaram-se em Ngaba, na província de Sichuan, perto do Mosteiro de Ngoshul. Durante os últimos meses têm ocorrido uma série de imolações nesse mesmo local, de acordo com informações do grupo «Free Tibet». Um dos monges morreu, os outros dois sobreviveram e foram levados para um hospital local.

Na província de Qinghai, uma tibetana de 23 anos também se imolou e morreu no mesmo local. A jovem mãe deixa um filho de 5 anos.

O quinto incidente aconteceu no município de Driru, onde um tibetano colocou-se em chamas.

Na sequência destes acontecimentos, os líderes tibetanos no exílio já pediram o fim das autoimolações. Segundo os exilados e grupos que lutam pelos direitos humanos, os tibetanos são levados a imolarem-se em desespero pelas políticas de repressão usadas pelo regime chinês.

É a primeira vez que três tibetanos se imolam pelo fogo no mesmo local e é também a primeira vez que cinco incidentes desta natureza ocorrem no mesmo dia. No entanto, desde 2009, que já ocorreram 68 autoimolações de tibetanos, grande parte deles jovens monges.