Jogador do AS Nancy Lorraine, clube francês da segunda liga, Salim Baghdad alega ter sofrido ameaças e ataques à sua integridade física na sequência dos atentados no jornal Charlie Hebdo, no passado mês janeiro. Numa entrevista à France Football, o jogador de origem islâmica admitiu ter sofrido de preconceito após a tragédia que se abateu em França.

«Fui um dano colateral do que se passou no Charlie Hebdo», declarou o jogador. O primeiro ataque surgiu uns dias após o atentado, quando um individuo o atacou num dos treinos da equipa. «Ele cuspiu-me em cima de repente. E começou a insultar-me», contou o jogador de 22 anos.

Tornou-se de tal modo problemático que as ameaças chegaram até sua casa: «A minha esposa disse-me que as pessoas passaram a tarde toda a bater à porta. Deixaram um saco na entrada onde eu encontrei folhetos que diziam «Salim Bahdad, nascido a 11 de setembro, estudou na mesma escola que Mohamed Merah.»

Baghdad afirma de igual modo que a situação do clube também se alterou, nomeadamente com Pablo Correa, treinador do clube. «O treinador deixou de falar comigo», começou. «Eles iniciaram o estágio em Nimes e levaram o grupo todo, menos eu e outro jogador».

Paul Fischer, diretor desportivo do clube, contesta a versão dos acontecimentos: «Essa história provavelmente não o ajudou. Mas nós não o levamos porque estávamos a falar de um jogador que não estava ao nível que desejávamos. Não estava preparado para jogar como queríamos.»

Salim Baghdad vai abandonar a equipa francesa este ano. O médio tinha contrato até ao ano de 2017 mas não vai continuar no clube