O antigo futebolista português Paulo Futre defendeu o jovem compatriota João Félix, considerando que apesar de poder ter realizado algum mau jogo pelo Atlético de Madrid, que é um «craque».

«Quem disser o contrário é com má intenção, como quando lhe foram atribuídas culpas pela derrota e eliminação contra a Cultural Leonesa na Taça, depois dos quatro passes de génio que deu aos companheiros», que não estiveram acertados em frente à baliza», afirmou Futre, em declarações ao jornal As, publicadas na noite de quarta-feira.

«Pode ter tido algum mau jogo, pode ter-se lesionado, mas com a pressão que tem pelo que foi pago por ele, tendo ele 19 anos, fez mais na sua primeira temporada do que o que eu diz quando cheguei ao Atlético com 21 anos. Falo muito com ele e tiro-lhe essa pressão, para que continue a jogar. Quando recebe a bola, vê-se que é um jogador diferente e os adeptos sabem-no», considerou, ainda.

Futre, que no passado já tinha recordado a ida não concretizada para o Real Madrid, contou de forma mais detalhada como o processo aconteceu em 1994, depois de ter chegado ao Benfica oriundo do Atlético, em 1993.

«Há que contextualizar como cheguei ao Marselha. Tinha uma grande equipa, mas meses depois rebentou o escândalo de corrupção com o presidente [Bernard] Tapie. Disseram-nos que tínhamos de ir embora, porque o clube podia desaparecer e foi aí que um diretor do Real Madrid me chamou, queriam assinar comigo. Eu adverti essa pessoa que devia falar com Jesús Gil [presidente do Atlético], porque quando saí do Atlético para o Benfica, colocaram-me uma cláusula anti-Real e Barça, que continuei a manter no Marselha. Real Madrid e Marselha chegaram a um acordo, mas quando eu tinha o contrato em cima da mesa para assinar, após vários dias de negociações, fui à casa de banho. Os meus filhos, pequenos, vieram atrás de mim e pensei: “como vou jogar no Real, tendo-o feito no Atlético?”. Nesse momento guardei o ego, saí, não assinei, pedi desculpa e fui embora», explicou.