Uma decisão protestada e que até teve desfecho favorável ao Chile acabou por arredar a seleção de Juan Antonio Pizzi do Campeonato do Mundo de 2018. Em causa, durante a fase de qualificação da América do Sul, uma reclamação apresentada à FIFA pela própria federação chilena. Eis o caso.

Em novembro de 2016, o Chile protestou a utilização irregular do defesa boliviano Nelson Cabrera, no empate sem golos entre Chile e Bolívia. A FIFA deu razão aos chilenos, penalizou a Bolívia com derrota por 3-0 e deu mais dois pontos ao atual detentor da Copa América.

Acontece que, contra o Peru, a Bolívia cometeu exatamente o mesmo erro com a utilização de Cabrera. Os peruanos, derrotados por 2-0 em campo, recorreram e viram ser-lhe atribuída a vitória por 3-0 e consequentes três pontos.

Ora, a utilização irregular de Nelson Cabrera está relacionada com o facto de o jogador, paraguaio mas naturalizado boliviano, não ter ainda cumprido cinco anos seguidos no país para defender a seleção nacional, requisito exigido. Em agosto, a Federação Boliviana de Futebol tentou reverter a decisão da FIFA no Tribunal Arbitral do Desporto, mas em vão.

O caso acabou por beneficiar o Peru em mais três pontos e o Chile em apenas dois, suficiente nas contas finais do grupo. Isto porque as duas seleções terminaram com 26 pontos, mas os peruanos foram beneficiados pela diferença de golos (27-26, para 26-27 do Chile) para terminar no 5.º lugar e ir ao play-off, a ser disputado em novembro, com a Nova Zelândia. Caso os resultados verificados em campo se tivessem mantido, o Chile terminaria com 24 pontos, para os 23 do Peru.