Sulley Muntari, jogador do Pescara foi expulso depois de ter informado o árbitro que estava a ser alvo de abusos racistas durante o jogo da Serie A frente ao Cagliari. Numa extensa entrevista à BBC, o internacional ganês salientou que o racismo «está em toda a parte e a piorar», apelou à união de todos os jogadores e pediu a intervenção da FIFA para evitar situações semelhantes.


«Passei pelo inferno. Fui tratado como um criminoso», fazendo referência à decisão do árbitro de o expulsar enquanto os adeptos entoavam cânticos racistas.

Pese embora a decisão do juiz da partida, para o médio do Pescara não fazia sentido continuar no terreno do jogo.

«Saí do campo porque senti que não era certo para mim estar no campo enquanto era alvo de racismo», justificou.

Ainda que, posteriormente a Liga italiana tenha acabado por despenalizar Muntari, o internacional pelo Gana frisou que voltaria a tomar a mesma decisão.

«Se vivesse uma situação semelhante no próximo jogo voltaria a fazer o mesmo. E recomendo aos outros jogadores também o façam», referiu.

A UEFA e da FIFA não se pronunciaram sobre a situação que Muntari viveu. Para o antigo jogador do Inter de Milão, as duas entidades só se preocupam com «o que querem» ainda que deposite grandes esperanças em Gianni Infantino para que tal cenário se altere.

«Talvez Infantino faça alguma coisa em relação a isto. Ele tem uma mente diferente, acho que é capaz de arranjar uma boa solução para combater o racismo. Quero que ele lute contra o racismo», afirmou.

Por último, Sulley Muntari referiu que tal situação como aquele em que viveu em Itália era «impensável acontecer em Inglaterra porque eles [FA] não toleram», concluiu.