A organização de combate ao racismo Fare Network pediu à FIFA que «inicie os procedimentos» para instaurar um processo à Rússia pelos cânticos racistas entoados por vários adeptos no particular de terça-feira entre a Rússia e a França.
O jogo, que terminou com uma vitória francesa por 3-1, foi marcado por vários cânticos racistas, entoados quando jogadores negros da formação visitante tocavam na bola, e em particular quando Paul Pogba fez o segundo golo.
«Há o suficiente ali para que a FIFA inicie os procedimentos», sublinhou o chefe da Fare Network, Piara Powar. A organização ajuda o organismo de cúpula do futebol mundial na investigação de casos de racismo.
«Se, a caminho do final de março, eles [Rússia] não sabem o que fazer, e não vão dar início a processos e protocolos já existentes, então isso não abona a favor do Mundial», frisou.
A ministra do Desporto francesa, Laura Flessel, afirmou no Twitter, que o racismo «não tem lugar num campo de futebol», e que todas as partes deviam «agir em conjunto a nível europeu e internacional para parar este comportamento intolerável».
« Le racisme n’a pas sa place sur les terrains de football. Nous devons agir de concert au niveau européen et international afin de faire cesser ces comportements inadmissibles » #FRARUS #exaequo.
— Laura Flessel (@FlesselLaura) March 28, 2018
Crédits FFF/ Bastien Lheritier. pic.twitter.com/kRB1fbBNjO
É o terceiro caso de racismo em São Petersburgo só durante esta temporada, numa cidade que vai receber um dos jogos das meias-finais do Mundial2018, que vai ser jogado na Rússia, com o Zenit a enfrentar processos da UEFA em duas ocasiões, devido a jogos da Liga Europa.
No primeiro caso, os adeptos do clube mostraram uma bandeira a elogiar o general Ratko Mladic, condenado por crimes de guerra, ao defrontar o Vardar Skopje, e depois usaram termos ofensivos para atacar um jogador negro do Leipzig.
O segundo caso será ouvido pela UEFA em 31 de maio, a duas semanas do arranque do Mundial2018 na Rússia, no qual Portugal participa, disputando o grupo B com Espanha, Marrocos e Irão, de Carlos Queiroz.