A Argentina está a ter vários dos seus ídolos recentes de volta. Tem sido uma marca dos últimos tempos ver jogadores regressarem a casa no final da carreira, em geral, depois de terem cumprido o sonho europeu. Os adeptos argentinos que choraram a saída das maiores estrelas do seu clube vão recuperando um sorriso guardado na memória. O River Plate já tinha renascido. Agora, tem Aimar, Saviola e Lucho de volta. E em simultâneo, como nunca tinha acontecido.

Os três jogadores fazem agora parte do mesmo plantel que vai atacar a segunda parte da época argentina depois de umas férias durante uma curta paragem de inverno no hemisfério sul. Aimar era esperado desde o início do ano e acabou por juntar-se aos «milionário» em maio – depois de ter sido operado antes do regresso. Saviola juntou-se ao River há cerca de uma semana. Lucho chegou ainda há menos dias.



Aimar e Saviola no River Plate, em 2000. Agora, vai acontecer de novo.

O «payaso» vestiu a camisola dos «milionários» entre 1996 e 2000; o «conejo», entre 1998 e 2001. Saíram a dois tempos de Bueno Aires, mas foram para o mesmo campeonato. Aimar foi para o Valencia; Saviola foi para o Barcelona.

Os dois voltaram a encontrar-se no mesmo clube, aqui em Portugal: no Benfica (como recorda esta imagem de 2010).



O reencontro era desejado. Saviola voltou destacá-lo ainda nesta terça-feira.



Lucho González encantou os «hinchas» do River Plate entre 2002 e 2005 (chegado do Huracán). Também ele voltou depois de passar pelo FC Porto quando saiu para o futebol europeu. A família dos «milionários» está a reagrupar-se para atacar os 16 avos de final da Taça da Argentina (frente aos Rosario Central), na sexta-feira – cinco dias depois será o jogo com o Tigre, retomando as partidas para a Primeira Divisão.

Aimar, Saviola, Lucho, já todos estão de volta ao River. Em simultâneo. Agora é com o treinador, que é Marcelo Gallardo; ele que é outra antiga estrela do clube. Assim como foi o diretor desportivo, Enzo Francescoli, um uruguaio amado no Estádio Monumental. A família do River Plate está a reunir-se depois do renascimento a que o clube foi obrigado quando, em 2011/12, jogou pela única vez na sua história na II Divisão da Argentina.



Mas não são só os adeptos do River que estão a cumprir sonhos de voltarem a ver os seus ídolos que viram partir e por quem ficaram a chorar. Leandro Romagnoli voltou ao San Lorenzo cinco anos depois de estar no Veracruz do México e no Sporting. Com Romagnoli, o clube de Almagro voltou a ser campeão nacional da Argentina e ganhou a sua primeira Copa Libertadores. Mas é no Boca Juniors que estes regressos têm tido mais eco.

Os adeptos «xeneizes» viram Juan Román Riquelme voltou à Bombonera em 2007, de onde tinha saído em 2002 para jogar no Barcelona e no Villarreal. Foram seis anos os que Riquelme voltou a jogar pelo Boca. E, segundo o presidente, continua com as portas da Bombonera abertas.

Mas foram precisamente desentendimentos com a direção que levaram o último «10» do Boca a jogar seis meses no Argentinos Juniors antes de anunciar que se retirava, no início do ano. Riquelme não deu mostras de voltar. O Boca, entretanto, já assegurou outro ídolo perdido por uns anos para o futebol Europeu. Carlos Tevéz está de volta à Bombonera, como se ficou a saber, também, neste mês de junho.
 


O próximo «superclásico» entre River e Boca promete ter (ainda) mais encanto. Pelo menos, como não tinha há algum tempo...