Léo Natel é um dos nomes do momento: o jovem avançado de 19 anos venceu o Campeonato Brasileiro sub-20 e foi eleito o melhor jogador do torneio.

É portanto o melhor júnior do Brasil.

Pelo caminho, claro, foi absolutamente fundamental no título do São Paulo. Fez, por exemplo, um dos golos da final, no empate 2-2 com o Botafogo, tendo também apontado a grande penalidade decisiva do desempate da marca de onze metros.

Antes disso já tinha marcado o golo que apurou o São Paulo para as meias-finais do Brasileiro sub-20 e já tinha feito também um golo nas referidas meias-finais. Há ainda a acrescentar que além do título de campeão, também venceu a Copa São Paulo.

«Estou muito feliz por estar a passar por este momento bom», começou por dizer ao Maisfutebol. «Nem acredito em tudo o que me está a acontecer.»

Refira-se que no espaço de pouco mais de um ano a vida de Léo Natel deu a volta completa. Nos primeiros seis meses de 2015, assinale-se, o avançado de 19 anos jogava no Sport Clube 12 Horas: um clube de bairro de Porto Alegre, de onde é natural.

Por indicação de um empresário, que o descobriu no Brasil, viajou para Portugal para treinar com a equipa de juniores do Belenenses. Mas ficou pouco tempo no Restelo.

O Benfica viu-o e tratou de assinar de imediato com ele, antecipando-se ao Belenenses.

Viveu então um ano no Seixal, onde representou a equipa de juniores do Benfica. Pelo meio foi chamado a treinar várias vezes com a equipa B e algumas até com a principal.

«Por acaso nunca trabalhei com Rui Vitória. Nos treinos em que fui chamado ele não estava, era o adjunto que orientava os treinos. Mas aprendi muito com toda a gente na equipa principal, sobretudo com os brasileiros», atira.

«Só tenho de agradecer a todos eles, mas em especial a um: ao Jonas. Todos os dias estava com ele no final dos treinos, outra vezes almoçávamos juntos, outras juntávamo-nos depois do almoço. Ajudou-me muito, integrou-me, deu-me conselhos, ajudou-me a crescer. Estarei sempre muito grato pela pessoa que é e pelo que ajudou.»

Mas voltando atrás, foi realmente um salto gigante. Em pouco mais de um ano saiu de um clube de bairro, passou pelo Benfica e chegou ao São Paulo.

«Nem acredito ainda... Estou a sonhar. Saí de uma comunidade muito carente e hoje sou campeão brasileiro. Tenho realmente de agradecer muito ao Benfica, porque não tinha escola e tudo o que sei taticamente aprendi aí, com os grandes profissionais do clube.»

A conversa de Léo Natel acaba sempre por se cruzar com o Benfica, como se percebe.

«Foi muito importante na minha vida. Fez-me crescer como pessoa e como jogador. Se não tivesse passado pelo Benfica, não seria o que sou hoje, nem teria chegado aqui ao São Paulo tão forte. Só tenho de agradecer do coração a toda a gente do Benfica.»

Ora falta dizer que Léo Natel está no São Paulo por empréstimo do Benfica. A cedência acaba no final da Copa São Paulo, que termina em janeiro, mas o clube brasileiro ficou com opção de compra. O Benfica está de mãos atadas, portanto.

«Se volto para o Benfica ou fico aqui só vai ser definido no final do empréstimo. Se tiver que regressar ao Seixal, vou feliz, mas ficar também fico feliz. O São Paulo é um grande clube do Brasil, trata-me muito bem e deu-me uma grande projeção aqui no país.»

Para já, acrescenta o jovem de 19 anos, não é tempo de pensar nisso. Léo Natel só quer aproveitar o bom momento, desfrutar de tudo o que conquistou e sorrir: sorrir muito. Pelo caminho, é verdade, quer concretizar o sonho que lhe falta atingir.

«Quero chegar à seleção brasileira. Já esteve mais longe...»