O estado de saúde de Bobby Charlton, diagnosticado recentemente com demência, fez ressurgir com ainda mais força o debate sobre doenças mentais que afetam ex-futebolistas.

Bobby Charlton, lenda do futebol inglês e do Manchester United foi o quinto campeão do Mundo de 1966 a ser diagnosticado com a doença, depois do irmão Jack, Nobby Stiles, Martins Peters e Ray Wilson, todos já falecidos.

Gareth Southgate, atual selecionador inglês e futebolista profissional entre o final da década de 80 e 2006, afirmou estar preocupado com crescentes diagnósticos de demência. «Com a minha idade, e tendo cabeceado muitas bolas, preocupa-me», afirmou o ex-defesa e médio, citado pela BBC Sport.

Vários estudos sugerem que o ato de cabecear a bola contribui para o surgimento de doenças mentais, Em 2019, estudos preliminares levados a cabo na Universidade de Glasgow revelaram que a probabilidade de um ex-futebolista morrer de demência é três vezes e meio superior à da população em geral. Willie Stewart, neurocirurgião responsável pelo estudo, alertou que o estudo não incidia apenas sobre ex-jogadores de gerações antepassadas, mas também sobre futebolistas de décadas/anos mais recentes, que têm ao dispor bolas mais leves.

«Há uma investigação em andamento. Ainda é um pouco inconclusiva, o que é um pouco frustrante para todos, porque gostaríamos de ter uma solução. Claro que é preocupante para todos e temos de continuar a apoiar essa investigação. Inelizmente, não temos todas as respostas neste momento», acrescentou Southgate.