Quase duas décadas depois, Sergio Ramos voltou ao Sevilha. No entanto, nem todos os adeptos da equipa andaluzes ficaram satisfeitos com o regresso do internacional espanhol. 

A claque Biris Norte, fundada a partir do nome do ex-jogador Biri Biri, já se manifestou contra a contratação do central de 37 anos.

«Como grupo ultra do Sevilha há quase 50 anos, queremos expressar o nosso repúdio por quem propôs esta contratação. Não somos movidos por ódio ou rancor, mas sim por amor e orgulho do nosso clube, história e adeptos. Entendemos que a simples proposta desta contratação já é uma falta de respeito aos valores que nos tornaram grandes, aos símbolos e lendas que defenderam o nosso escudo e aos milhares de sevilhistas que foram desprezados por este jogador. Defendemos que esta contratação beneficia mais os interesses de dirigentes que nem entendem o que torna o Sevilha grande. Só olham para os interesses pessoais e económicos. Não somos como eles e estamos sempre ao lado do Sevilha. Não nos manchem com as vossas decisões. Acredito que o sevilhismo deve ter memória e orgulho, analisar a situação e cada um tirar as suas próprias conclusões. Nós, como grupo, temos claro e sabemos que a cada dia são menos os que colocam os valores à frente dos interesses económicos. É algo que não é negociável para a Biris Norte», lê-se num comunicado divulgado nas redes sociais.

Ainda assim, a Biris Norte garante que Sergio Ramos não será «insultado» durante os jogos. «Este comunicado é especialmente dirigido à direção do Sevilha porque consideramos que, com cada decisão, afasta-se de um modelo que respeita a forma de sentir o estudo. Dizemos mais uma vez: a dignidade, os valores e o respeito ao escudo e aos adeptos devem ser a base de uma instituição com mais de 100 anos de história. Estamos fartos de como os dirigentes e grandes acionistas do Sevilha priorizam os interesses económicos em detrimento do que significa ser sevilhista. Embora possamos compreender isso até certo ponto, uma vez que isto não é mais do que o seu negócio, não cresceu um amor verdadeiro pelo clube, mas sim um vínculo que foi comprado em forma de ações. Queremos deixar claro que, ao contrário do que muitos disseram, desde a Biris Norte não vão ser escutados quaisquer insultos a ninguém jogador durante os jogos. Porém, não podemos nem devemos mostrar qualquer ato de apoio a quem atenta contra os princípios e a dignidade do Sevilha. Pedimos ao resto dos adeptos que saibam estar à altura do que é o Sevilha tanto neste tema como nos outros. Nos últimos meses ficou provado o que estes adeptos são capazes de fazer quando unidos pelo Sevilha. Que ninguém se esqueça: o Sevilha somos nós (todos os adeptos) e não quem, num escritório, se agarra a uma poltrona para continuar a viver à custa do Sevilha», pode ainda ler-se.

Sergio Ramos fez a formação no Sevilha, clube que deixou em 2005, para o Real Madrid. Durante os anos os adeptos andaluzes jamais perdoaram o defesa pela transferência: foi sempre recebido com assobios e insultos no Ramón Sánchez-Pizjuán.