O extremista conhecido como Carlos, o chacal vai a julgamento esta segunda-feira em Paris, acusado de envolvimento em ataques aos comboios franceses nos anos 80, que mataram onze pessoas.

Carlos, cujo nome verdadeiro é Ilich Ramirez Sanchez, já está a cumprir prisão perpétua na França pelo homicídio de dois polícias em 1975, depois de em 1994 ter sido capturado por tropas especiais francesas numa operação no Sudão.

Carlos, que alegará inocência nesta segunda-feira, será defendido pela advogada que o representou no seu primeiro caso, com quem se casou quando foi preso.

O venezuelano deu este domingo uma entrevista da prisão onde afirmou ter cometido mais de uma centena de ataques que fizeram entre 1500 a 2000 mortos, apesar de não ter dado detalhes. A entrevista foi publicada pelo jornal venezuelano El Nacional.

Questionado sobre as mortes de civis provocadas por suas acções, Ilich Ramírez Sánchez, apelidado de «Carlos, el Chacal», afirmou que «houve poucas»: «Calculei que não chegavam a 10%. Entre 1500 e 2000 mortos, não foram mais de 200 as vítimas civis».

«Carlos», que concedeu a entrevista em 27 e 28 de Outubro por telefone na prisão parisiense de Santé. Ao ser questionado sobre se acredita ter errado, «Carlos», na prisão há 17 anos, afirmou que apenas cometeu «erros menores» e se comparou ao líder cubano Fidel Castro, que, afirma, «matou mais gente» que ele. «O terrorismo existirá enquanto os imperialistas tiverem uma primazia mundial. Eu sou inimigo de terroristas como Estados Unidos e Israel», afirmou.