A FIFA argumentou esta segunda-feira que os seus estatutos impedem a admissão de Gibraltar como membro, apesar de a UEFA o ter integrado em maio de 2013, por imposição do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).

«A associação de futebol de Gibraltar não pode ser aceite pela FIFA de acordo com o artigo 10 dos nossos estatutos. O proponente tem de organizar e supervisionar o futebol num país e ser um estado independente, de acordo com os estatutos da FIFA», justificou o presidente Joseph Blatter.

A seleção de Gibraltar, que tem jogado no Algarve, participa no apuramento para o Euro-2016 e os seus clubes disputam as competições Europeias depois de a UEFA ter acatado a resolução do Tribunal Arbitral do Desporto, que, a 18 de agosto de 2011, decretou o direito do território a participar nas referidas provas.

O sócio 54 da UEFA, que lutava pelos seus direitos desde 1997, ultrapassou assim o veto da federação espanhola e do seu governo. O organismo que superintende o futebol europeu garantiu, ainda assim, que as duas seleções não se defrontavam rumo ao Euro-2016.

Depois de aceitar Gibraltar, a UEFA esclareceu que é uma «entidade desportiva que se mantém totalmente à parte da política e deste tipo de contenciosos» e recordou que em 2001 modificou os estatutos (só aceita países reconhecidos pela ONU) para evitar precisamente candidaturas semelhantes – o TAS «validou» Gibraltar porque as suas pretensões são anteriores, remontando a 1997.

O TAS equiparou a situação de Gibraltar à das Ilhas Faroé, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, que não são membros independentes das Nações Unidas, mas integram a UEFA.