O secretário de Estado João Paulo Rebelo contraria a acusação de Augusto Baganha de que Vítor Pataco, nomeado novo presidente do Instituto Português de Desporto e Juventude (IPDJ), atrasou propositadamente a notificação ao Benfica da interdição do Estádio da Luz devido ao apoio às claques, que resultaria num jogo à porta fechada.

«É absolutamente falso. Já tive oportunidade de o afirmar e é lamentável que se ponha em causa, por interesses que me ultrapassam, o percurso, o profissionalismo e 30 anos de dedicação ao desporto e de alguém com provas dadas (como Vítor Pataco)», afirmou sábado à noite à margem de num evento de canoagem João Paulo Rebelo.

O secretário de Estado saiu em defesa de Pataco, que considerou «uma pessoa competente», e voltou a criticar o seu antecessor: «O doutor Augusto Baganha lançou suspeitas, insinuações, que são absolutamente inaceitáveis, porque o que está em causa não é a pessoa, mas uma instituição.» Vítor Pataco processou entretanto Augusto Baganha por difamação.

No entanto, a ata da reunião de 5 de maio de 2017 do Conselho Diretivo do IPDJ, a que o Maisfutebol teve acesso, confirma a acusação que recai sobre o novo presidente do IPDJ, então vice-presidente com o pelouro das infraestruturas, esclarecendo que Baganha teve de avocar o processo que resultaria num jogo à porta fechada na Luz e que esteve retido durante nove meses por Vítor Pataco. 

Na sequência destes desenvolvimentos, o FC Porto emitiu um comunicado em que acusou o secretário de Estado de ter mentido numa entrevista televisiva na passada quarta-feira. Entretanto, o PSD chamou de urgência Augusto Baganha para ser ouvido na Assembleia da República.

Instado a comentar esta audiência ao presidente demitido do IPDJ, o secretário de Estado referiu: «Até tenho alguma curiosidade em assistir a essa audição.»

De recordar que Augusto Baganha foi substituído por Vítor Pataco na presidência do IPDJ no início de setembro, conforme o Maisfutebol noticiou em primeira mão.