Giovanni Trapattoni
Quando o italiano se confirmou como candidato de sucesso ao cargo de selecionador da Irlanda, todos estavam conscientes da sua carreira notável, mas poucos o conheciam como pessoa. Daí o impacto das surpreendentes entrevistas que, umas semanas depois, o revelaram como a personificação do charme ¿ tinha de deixar chegar ao fim o contrato com o Red Bull Salzburg, antes de viajar para Dublin. Ainda por cima, depois de o famoso vídeo da sua fúria perante os jornalistas alemães, quando treinava o Bayern Munique, se ter tornado uma sensação na Irlanda. Quatro anos depois, ainda se espera pela sua primeira explosão de fúria no cargo, mas já houve inúmeros exemplos do seu peculiar talento em misturar idiomas.
Shay Given
O guarda-redes do Aston Villa tinha apenas cinco anos quando a sua mãe, Agnes, morreu de cancro. Depois de se tornar famoso como jogador, tornou-se um dos grandes ativistas e beneméritos para a recolha de fundos de combate à doença.
Em 2004 Given, com a mulher Jane, organizou a primeira edição do Fashion Kicks, um evento que juntava, futebol, música e comida, e que recolheu dessa vez mais de 90 mil euros. A edição de 2012, que voltou a juntar muitos jogadores e modelos de primeiro plano, fez elevar o toal de recolha nestes oito anos para mais de 1,5 milhão de euros.
Sean St Ledger
Quando a Irlanda se qualificava para grandes competições, nos anos 80 e 90, os jogadores orgulhavam-se da ligação próxima com os adeptos, mas a situação mudou muito nas últimas décadas e as oportunidades para os adeptos se misturarem com os ídolos são cada vez mais raras. Por isso, foi uma surpresa completa para Graham Lennon, um serralheiro a caminho do trabalho, ver o defesa do Leicester City, Sean St Ledger, tentando, sem êxito, mandar parar um táxi numa rua de Cabra, subúrbio de Dublin.
Era a manhã seguinte ao play off e St Ledger, que tinha acabado a noite numa festa, estava a tentar voltar à cidade, para se juntar aos companheiros da seleção. Lennon ficou maravilhado com a possibilidade de dar uma boleia a um dos seus heróis, que como prova de gratidão o levou a conhecer, um por um, os restantes elementos da equipa.
Keith Andrews
O médio do West Bromwich Albion tinha apenas 13 anos em 1993, quando a Irlanda foi a Belfast garantir uma vaga no Mundial dos Estados Unidos, no ano seguinte. Acabou por ser uma noite mágica, que deu origem a um verão inesquecível para o jovem habitante de Dublin. «O meu tio Des ligou lá para casa e disse-me: se nos apurarmos, vais comigo ao Mundial. Por isso, podem imaginar os meus nervos enquanto via o jogo!» No verão seguinte, Keith estava no Giants Stadium, exatamente atrás da baliza onde Ray Houghton garantiu uma das vitórias mais memoráveis na história da selecção da Irlanda, sobre a Itália.
Damien Duff
Quando marcou um golo na vitória da Irlanda sobre a Arábia Saudita no Mundial 2002, o extremo do Fulham maravilhou os adeptos locais festejando com uma vénia tipicamente japonesa, algo que provavelmente lamentará agora: já passou quase uma década, mas como revelou o colega de equipa Stephen Kelly, Duff, o mais tímido elemento da seleção da Irlanda, continua a receber a visita de fãs japoneses no clube londrino, quase todas as semanas.
*Emmet Malone é redator do  Irish Times da Irlanda. Este artigo está integrado na Euro2012 Network, cooperação entre alguns dos melhores meios jornalísticos dos 16 países participantes na competição.