Faces rosadas, gargalhadas constantes, descontração admirável. Assim se faz uma conferência de imprensa com os responsáveis da Irlanda do Norte. Falam de tudo, não contornam questões supostamente delicadas e assumem a obsessão por Cristiano Ronaldo.

A dada altura, também é verdade, o selecionador Michael O¿Neill pareceu um pouco farto do tema. «Já falámos mais sobre Ronaldo nestes 15 minutos do que nos últimos seis dias», desabafou aos jornalistas presentes.

Isto, depois de ter respondido seguramente a mais de dez questões sobre o atacante que completa 100 jogos pela Seleção Nacional na terça-feira.

«Ele quer bater todos os recordes, mesmo o recorde de golos do Pauleta. O Ronaldo aspirar a uma performance especial. É uma noite grande para a equipa e para o jogador», referiu o simpático selecionador norte-irlandês, na abordagem ao jogo contra Portugal.

Apesar dessa admiração notória pelo atacante, Michael O¿Neill garante não estar a pensar em fazer marcações individuais. «O risco de levarmos um cartão amarelo cedo é elevado. Prefiro outro tipo de organização defensiva».

E quando já se falava sobre outro tema, um repórter irlandês volta a Ronaldo. Sempre Ronaldo. «Ele é humano, tem jogos maus, falha golos como todos os outros. Não é uma máquina infalível», considera o senhor O¿Neill.

«Não me incomoda que se fale só sobre ele. É normal. Não é todos os dias que se alcança os 100 jogos numa seleção».

Mister O¿Neill a tudo respondeu. A tudo? Não. A exceção ficou reservada para a última questão. «Ronaldo ou Messi? Desculpem, isso não tem a ver com o jogo. Bom era ter ambos na minha equipa», reagiu, sempre a sorrir. E de faces rosadas.

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