Oitenta e um minutos. Foi esse o tempo que durou a busca da Juventus – e de Cristiano Ronaldo – por derrubar a resistência do Frosinone, um dos últimos classificados da Série A.

E quando parecia que os bianconeri podiam estar a noite toda a bater contra o muro amarelo montado por uma equipa que veria como ouro um ponto conquistado frente ao campeão – seria apenas o segundo ponto – lá surgiu o pé sinistro (esquerdo, aliás) de Cristiano Ronaldo a soltar a festa da Juventus.

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Já em período de descontos, o português voltou a estar em destaque ao iniciar um lance de contra-ataque com uma arrancada à la Ronaldo, que terminou com a bola no fundo da baliza, em mais um remate de pé esquerdo, desta feita de Bernardeschi.

Contra a desinspiração, lutar, lutar

Ele tenta, tenta, tenta e volta a tentar. Se há coisa da qual Cristiano Ronaldo não pode ser acusado é de falta de esforço. Depois da expulsão a meio da semana na Liga dos Campeões, no regresso ao campeonato italiano, a vontade do português em ser feliz foi mais do que evidente.

Aliás, viveu muito das tentativas de Ronaldo o ataque da Juventus a uma equipa que defendeu durante os 90 minutos com pelo menos nove homens atrás da linha da bola - Joel Campbel, ex-Sporting, foi um dos que não foi visto muitas vezes a defender.

Só que houve também muita desinspiração. Tanto do português, como de Mandzukic, mas também de Pjanic e Dybala. E perante um adversário que chagava ao confronto com o campeão com um impressionante registo de 10 golos sofridos e zero (!) marcados nas primeiras quatro jornadas, o talento natural não parecia suficiente. Até porque teimava em não aparecer.

É certo que a equipa do Frosinone encarou a possibilidade de pontuar como um grande triunfo e agarrou-se a essa possibilidade com todas as forças.

O mais perto de a Juve esteve do golo até ao momento de festa já perto do final, aconteceu logo aos sete minutos quando mais um remate de pé esquerdo de Ronaldo foi travado quase em cima da linha por Capuano, defesa do Frosinone.

Mas além desse lance, houve mais dois ou três do português, outros dois de Mandzukic e um de Rugani. Tudo pólvora seca. A baliza do Frosinone parecia imune a todos os ataques.

Cancelo e Bernardeschi agitam a partir do banco

Até que nos últimos minutos surgiram as duas jogadas que tornaram sinistra a noite do Frosinone. Primeiro com o pé sinistro de Cristiano Ronaldo a dar o melhor seguimento a uma primeira tentativa de Pjanic que esbarrou num defesa antes de o português – em linha com o último defensor – marcar o golo inaugural.

Depois, já com a pressão mais baixa - e com a equipa do centro de Itália mais subida – no terceiro de cinco minutos de compensação, Ronaldo arrancou como se o jogo tivesse acabado de começar. A acompanhá-lo, Cancelo e Bernardeschi que tinham saído do banco para acrescentar qualidade aos bianconeri, e Pjanic também fez o esforço, ganhou um ressalto depois de ser lançado por Ronaldo e serviu Bernardeschi.

O internacional italiano até pareceu perder algum tempo dentro da área, mas rematou mesmo certeiro para o 0-2. Com que pé, com pé? Com o sinistro, pois claro.