A conferência de imprensa de Jaime Pacheco decorria normalmente quando uma das actualidades mais importantes no Bessa foi lançada para a conversa. João Pinto. «Está bem de saúde, está a fazer a barba», sorriu o técnico. «Oficialmente não tenho conhecimento de nada, nada, nada». Falava-se, claro, da notícia de uma possível transferência para a Arábia Saudita. «Nem tive nenhuma conversa com ele sobre isso porque não fui informado em termos institucionais de nada que tenha a ver com essas notícias».
A saída do avançado deixaria, de resto, Pacheco triste. Mas não contrariado. «Eu quero que todos estes atletas se mantenham no clube. Mas se clube e jogador entenderem que é um negócio bom para ambas partes, fico contente por eles. Como sempre fiquei no passado e ficarei no seguro», respondeu. «Se ele ficar feliz com esta oportunidade, eu não me importo de ser prejudicado». Mas ficaria mesmo prejudicado? «O João Pinto e todos os jogadores têm feito um bom trabalho. Estou satisfeito com ele e com todos».
A partir daí falou-se muito do experiente jogador. Do que o Boavista esperava dele e do que ele deu ao Boavista, por exemplo. «O João Pinto tem sido muito importante para nós», frisou Pacheco. «Ele pode não ter tido uma intervenção muito directa nos jogos mas tem tido uma intervenção diária fundamental no rendimento de outros jogadores. Eu tenho experiência e sei que trabalhar com jogadores da qualidade do João Pinto incentiva sempre, e serve como fonte de ensinamento para os mais novos». Uma declaração sincera, jurou o técnico. Até porque não há nenhum clima de animosidade entre os dois. «Por amor de Deus. Era o que faltava. Há um respeito recíproco».
É indesmentível, porém, que a época de João Pinto tem ficado muito aquém do que se esperava. O próprio jogador mostrou algum descontentamento dizendo que já ficou no banco mais vezes está época do que em todo o resto da carreira. «É bom dizer que não gosta de ser suplente», referiu o técnico. «Isso não mexeu na minha opinião em relação a ele». Nem foi por isso que ficou de fora dos convocados do jogo com o Marítimo. «Não o iria castigar por isso. Apenas pensei que para aquele jogo havia opções que me davam mais garantias em função das características do adversário. E pensei bem. Ganhámos». E isso é o que interessa. «É o Boavista que está bem classificado, não é o Jaime Pacheco, o João Pinto, ou outro qualquer».
Para acabar a conversa perguntou-se a Jaime Pacheco se estava mais contente com aplicação de João Pinto nos treinos. O técnico remeteu a resposta para sábado. «Se ele for convocado, a resposta é sim. Se ele não for convocado, a resposta é não».