Jorge Jesus, treinador do Benfica, analisa a vitória deste domingo na Luz sobre o Gil Vicente, na 16ª jornada da Liga, em declarações na sala de imprensa:

«Mais uma vez conseguimos o objectivo frente a uma equipa que nos dificultou imenso a conquista dos três pontos. O golo do Gil Vicente surge de um ressalto, mas não nos criou muitos problemas na primeira parte. Procurou defender e defendeu bem. Temos uma forma de jogar em que podemos não fazer golos nos primeiros minutos, mas os adversários são obrigados a correr imenso, devido à nossa circulação de bola. Na segunda parte os jogos tornam-se sempre mais fáceis para nós. Teoricamente, foi mais fácil, marcámos dois golos, tivemos mais espaços, as alterações tiraram referências ao adversário e vencemos justamente, frente a um adversário digno, mais dentro do seu meio-campo, mas que pareceu uma equipa bem posicionada e supermotivada. O Benfica venceu com toda a justiça e os jogadores estão de parabéns.»

[Sobre os adeptos] «Também é verdade que face ao resultado de 1-1 notou-se algum nervosismo dos adeptos porque querem que a equipa esteja sempre em vantagem.»

[O que correu mal na primeira parte] «Fomos arriscando ao longo da segunda parte, ainda tínhamos mais uma estratégia para lançar, para arriscar, caso as outras não dessem resultados. Não podemos olhar para o jogo apenas por 45 minutos, temos de olhar os 90. Se na primeira parte não fomos tão fortes e não conseguimos sair em vantagem, foi apenas uma parte. É nesta lógica que se tem de olhar para um jogo.»

[Sobre Paulo Alves e a falta inexistente no primeiro golo] «São opiniões de um colega. Param mim foi falta. O Pedro Moreira puxa o Emerson e depois há bola presa entre os jogadores. Se agora vamos contar as faltas que não são e não são marcadas... O jogo parou, os jogadores reposicionaram-se, logo, o que tem a ver uma coisa com a outra? Se tivesse sido uma grande penalidade seria diferente. Para mim foi falta e é verdade que o segundo golo foi marcado com felicidade. Mas se o Rodrigo teve sorte, também a procurou, porque a sorte conquista-se.»

[Sobre a substituição de Javi] «Não quer dizer que o tenha de fazer no próximo jogo, isto não é um modelo para o próximo jogo. O jogo ditou e eu modifiquei.»

[Sobre a exibição de Gaitán] «Quando esteve em jogo foi dinâmico, participativo, que criou alguns desequilíbrios, só que quando faltava meia-hora para o fim era preciso mudar e tirar outra referência não só para nós como para o Gil.»



[Sobre a recuperação de Aimar, Rodrigo e Cardozo] «Cada um fez um golo, por isso tiveram muita influência. A entrada de Aimar deu-se no melhor período, onde havia já mais espaço.»

[Se receou o empate] «Recear receia-se sempre, antes de começar já o receava. Mas isso não me tira a confiança na equipa. Esse receio tem de estar presente, porque não jogo sozinho e do outro lado estava uma equipa que do ponto de vista defensivo estava a portar-se muito bem. O meu receio é o respeito que tenho pelo adversário.»

[Sobre a deslocação ao terreno do Feirense] «Vamos jogar a um estádio onde o Benfica vai ser o primeiro dos grandes lá, que tem uma lotação reduzida, de 5 ou 8 mil, e um campo com dimensões que pode condicionar o espaço da nossa equipa. Mas vamos jogar em casa, espero que os adeptos possam apoiar o Benfica como em Leiria, que será muito bom para a equipa.»