O médio português João Palhinha defendeu esta quarta-feira que o Sporting «é a equipa que melhor joga em Portugal» e, apesar de entender que o FC Porto melhorou no último mês - sobretudo com a chegada de Otávio para a defesa – aponta que os leões, a «continuarem neste andamento», vão bem encaminhados para o título nacional.

«Eu disse no início da época que, na minha opinião, o Sporting este ano era o candidato maior a vencer o título. Acho que de longe é a equipa que melhor joga em Portugal. O FC Porto, no último mês e meio, creio eu também desde a entrada do Otávio, acho que tem crescido bastante. Acho que foi um excelente reforço para o FC Porto e estou a ver um FC Porto diferente do que era há uns tempos, mas acho que o Sporting, de longe, é a equipa que melhor joga e melhor domina o jogo em Portugal. Ainda não vi nenhuma equipa em Portugal a conseguir dominar o jogo contra o Sporting e acho que se continuarem assim neste andamento, parece-me que o título vai ser outra vez verde e branco este ano. Mas nunca se sabe, no futebol. Não sofro muito a ver os jogos, sou tranquilo nisso, não sou aquele adepto que sofra muito», afirmou Palhinha, em declarações ao podcast “1 para 1”, apontando, entre os reforços, que o avançado sueco Viktor Gyökeres, grande destaque em 2023/24, é «explosivo, potente e irreverente».

Ainda sobre o Sporting e o treinador Ruben Amorim, com quem trabalhou em Braga e nos leões, Palhinha deixou elogios ao trabalho e à personalidade do técnico dos verde e brancos. «Sempre foi um treinador que admirei desde o tempo do Sp. Braga. Sempre tivemos uma excelente ligação e sempre me puxou para cima. Mesmo no Sporting, na altura em que fomos campeões, ele sempre demonstrou aquilo que eu poderia vir a alcançar e quis sempre que estivesse com ele nesse primeiro ano», frisou.

Atualmente ao serviço da seleção, para os jogos com Suécia e Eslovénia, Palhinha mostrou ambição para o Euro 2024 a disputar na Alemanha. “As pessoas têm sempre as expectativas mais altas. De podermos alcançar uma final. As equipas também vão estar muito bem preparadas, mas temos consciência perfeita que temos mais do que qualidade individual e coletiva para podermos alcançar esse objetivo”, expressou.

Sobre o selecionador nacional, Roberto Martínez, Palhinha entende que o espanhol «trouxe algo de novo» à equipa nacional. «Tem uma mente bastante aberta no que diz respeito ao futebol, mesmo na ligação com o jogador. É um treinador que liga muito aos pormenores. E o resultado disso foi a fantástica qualificação que também fizemos», referiu, mencionando também Cristiano Ronaldo.

«Quando vamos jogar a qualquer lado, é o Cristiano, é o Cristiano! E isso também acaba por nos sacudir um bocado a pressão de cima de nós, porque o Cristiano é que acaba por levar com a pressão toda. E a liderança que ele tem dentro do balneário também é algo que é muito importante para nós», afirmou.

Em Inglaterra, Palhinha tem-se destacado no Fulham e na Premier League, campeonato no qual é um dos principais recuperadores de bola: «80 a 90 por cento desta característica define-se pela paixão que tenho pelo jogo, pela “fome”. E se não for isso, dificilmente depois tenho aquela vontade de recuperar o maior número de bolas possível. Os carrinhos, acho que vem de dentro, não é algo que se treine. Eu já tive oportunidade de dizer no passado e é uma das minhas melhores características e felizmente tenho vindo a aprimorar isso, juntamente com outras coisas no futebol inglês. O ambiente em Inglaterra, cada vez que eu vou ao chão e eles [ndr: adeptos] fazem aquele “bruááá”, dá-me gasolina», disse o internacional português, falando também do que é para si o futebol inglês.

«Acho que o futebol inglês sempre esteve relacionado com aquilo que sou como jogador. Sempre achei que me fosse enquadrar neste painel. A minha dúvida era mais em relação a seguir e conseguir os objetivos ou não coletivos do clube. Foi sempre o meu maior receio», revelou, dizendo que quer terminar a carreira em Portugal. «Sim, sem dúvida», disse.