João Pereira: «Selecção? Se guardam ressentimentos, é com eles»

João Pereira é o convidado semanal da entrevista Maisfutebol/Rádio Clube. O lateral fala do sonho de ser chamado à Selecção, de um desentendimento antigo com Agostinho Oliveira e do facto de ter a consciência limpa.

Acredita que a sua hora para chegar à Selecção está para breve?

Eu trabalho afincadamente com o objectivo de jogar no Sp. Braga. Isso pode permitir-me um dia chegar à Selecção Nacional. Sei perfeitamente que vai ser muito complicado, que a Selecção tem bons laterais, mas a esperança é a última a morrer.

Está num clube bom, cumpre toda a época a um nível alto, acha merecia pelo menos ser observado?

Eu acho que as pessoas estão atentas. Se mereço ser chamado ou não, isso é o seleccionador que tem de decidir. Apenas faço o meu trabalho dentro de campo, depois as pessoas competentes fazem o resto.

O facto de ter tido um desentendimento com Agostinho Oliveira nos Sub-21, que agora é adjunto de Queiroz, acha que pode ser um entrave?

O desentendimento nem foi com ele. Foi na fase em que não estava a jogar no Benfica, as coisas naquela altura não estavam a correr-me bem, falhei um passe e chutei a bola para fora. Nem foi nada com ele. Se ele entendeu que foi com ele, o problema é dele. Se foi por isso que depois não me convocou para o Euro sub-21 e agora não me convoca para a Selecção, o problema é dele. Para mim não houve qualquer tipo de problema.

Mas já foi há muito tempo...

Sim, já foi há muito tempo. Mas se as pessoas continuam a guardar ressentimentos... Eles lá têm a sua consciência. A minha está completamente limpa e tranquila.

Essa vertente emocional que tem no seu jogo é algo que nunca vai acabar?

Faz parte de mim. Sou uma pessoa muito sincera e muito frontal. Se tiver que dizer alguma coisa na cara, digo sem qualquer tipo de problemas. Já perdi muitas vezes por isso, mas é assim que fui criado e é assim que vou ser até morrer.

Acha que Portugal é um país em que esse tipo de pessoas perde muito?

Sem qualquer dúvida, é mesmo. Neste país, quanto mais frontalidade temos, mais porrada levamos.