O secretário-geral do partido do governo do Japão não colocou de parte o cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados de 2020 para 2021 devido à pandemia.

«Teremos de cancelar [os Jogos] sem hesitação se não for mais possível organizá-los», afirmou em entrevista ao canal televisivo TBS Toshihiro Nikai, do Partido Liberal Democrático (PLD), o mesmo do primeiro-ministro Yoshihide Suga.

As infeções no país nipónico têm vindo a aumentar nos últimos tempos e nesta quarta-feira, a menos de 100 dias do início do evento, ultrapassaram-se pela primeira vez desde janeiro as 4 mil infeções diárias, estando a comunidade médica a admitir que isso possa significar o início de uma quarta vaga.

Toshihiro Nikai diz que o cancelamento dos Jogos, que disse serem «uma grande oportunidade para o Japão», é uma opção de «último recurso» que terá se ser cogitada se a situação pandémica no arquipélago continue a agravar-se ao ponto de ficar descontrolada.

«Se chegar a hora em que nada mais puder ser feito, devem ser cancelados», apontou Toshihiro Nikai.

As declarações do responsável político já motivaram uma reação da governadora de Tóquio, que interpretou os comentários como uma mensagem de incentivo aos bos comportamentos dos japoneses no sentido de ajudarem a conter o vírus.

Também um outro responsável do PLD disse, sob anonimato à agência de notícias Jiji Press, que os Jogos não serão cancelados.

O Jogos Olímpicos estão agendados para o período entre 23 de julho e 8 de agosto e, para já, só japoneses e residentes no arquipélago têm autorização para assistir in loco ao evento.