A medalha que Nikki Hamblin e Abbey D’Agostino venceram é ainda mais difícil de conquistar do que todas as outras. As atletas da Nova Zelândia e EUA (respetivamente) mostraram o que é ter espírito olímpico e conquistaram a medalha Pierre de Coubertin, atribuída apenas 17 vezes até agora, que premeia o desportivismo.

Na eliminatória dos 5000m femininos, quando faltavam dois mil metros para a meta, a neozelandesa Nikki Hamblin caiu e, por estarem tão próximas, derrubou a norte americana Abbey D’Agostino.

Primeiro, Abbey D'Agostino ajudou Hamblin a levantar-se, continuando ambas as prova. «Levanta-te, levanta-te, temos de acabar isto», disse-lhe. Mas momentos depois, a corredora dos EUA deixou-se ficar para trás, a coxear, e acabou por cair por causa de uma lesão resultante da queda inicial.

Ao ver o que acontecera, a atleta neozelandesa voltou para trás e foi ajudar D'Agostino a erguer-se. «Ela ajudou-me primeiro, depois tentei eu ajudá-la. Só que ela não estava em condições», recordou Nikki Hamblin no final. Ainda assim, a norte-americana lá seguiu como pôde e terminou a prova.

Nenhuma das duas conseguiu a qualificação para a final, mas o Comité Olímpico Internacional anunciou, mais tarde, que ambas tinham sido repescadas. A norte-americana, contudo, não conseguiu competir por causa da lesão.

Agora o Comité Olímpico Internacional atribuiu-lhes o prémio de desportivismo, que tem o nome do «pai» dos Jogos Olímpicos da era moderna, e que só foi atribuído 17 vezes.