A participação portuguesa no torneio olímpico de futebol terminou, com estrondo, nos quartos de final. Com uma goleada frente à Alemanha (0-4), tão pesada quanto justa, a devolver quase por inteiro aquilo que a equipa das quinas tinha feito há um ano, no Europeu de sub-19.

E não fosse Bruno Varela, com uma mão cheia de intervenções de alto nível, o adeus olímpico podia ter sido ainda mais pesado, tal a superioridade da seleção treinada por Horst Hrubesch, que teve trunfos de que Rui Jorge não dispôs.

Essa diferença ficou bem patente no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, ainda que a seleção portuguesa tenha estado do golo logo no primeiro minuto, com Mané a atirar para defesa de Timo Horn.

Os primeiros dez minutos do encontro foram absolutamente frenéticos, mas sobretudo por «culpa» da Alemanha, que rapidamente encostou Portugal às cordas. As três primeiras ocasiões germânicas saíram dos pés de Gnabry, que no entanto contou com a oposição inspirada de Bruno Varela (o outro remate saiu por cima).

Depois também Meyer e Selke meteram as mãos à cabeça perante a eficácia do guarda-redes luso (27 e 35m), que pelo meio viu o mesmo Selke atirar a milímetros do poste, quando tinha tudo para inaugurar o marcador.

Logo ao minuto 36 Rui Jorge trocou Sérgio Oliveira por Francisco Ramos, que cinco minutos depois protagonizou a melhor ocasião lusa em todo o encontro. O médio apareceu na marca de penálti a corresponder a um cruzamento atrasado de Bruno Fernandes, mas o remate desviou em Toljan e saiu junto ao poste.

Mas antes que a seleção portuguesa interpretasse este lance como um sinal de que a segunda parte seria diferente, a Alemanha fez questão de ir para o intervalo em vantagem. Gnabry voltou a escapar a Fernando Fonseca no lado esquerdo da área e conseguiu finalmente bater Varela (45m).

A espera de Gonçalo tornou-se longa

O argumento da segunda parte acabou por ser idêntico. Até na circustância de atribuir a Portugal a primeira ocasião, com Bruno Fernandes a colocar mal a cabeça após cruzamento da direita, inviabilizando ainda a finalização de Salvador Agra, que também aparecia solto na área (53m).

A Alemanha (re)acelerou depois, e com o mesmo perigo. Edgar Ié ainda evitou um golo (55m) antes de Varela travar um remate de Gnabry (56m), mas à terceira tentativa o golo apareceu mesmo. Pela cabeça de Ginter, um campeão do mundo, na sequência de um pontapé de canto (57m).

Por essa altura já Gonçalo Paciência esperava junto à linha de meio-campo. O ponta de lança, que de forma surpreendente ficou no banco (problema físico?), entrou então para o lugar de André Martins, mas a equipa das quinas não tinha capacidade para inverter o rumo do jogo.

Foi uma tarde para esquecer, a ponto de Francisco Ramos, que tinha entrado na primeira parte, sair por lesão pouco depois. Tiago Silva, que entrou para o seu lugar, acabaria por ficar ligado ao terceiro golo alemão, com uma perda de bola a meio-campo que foi, mais à frente, punida por Selke (75m).

A três minutos do fim lá surgiu o quarto golo alemão, apontado por Max, a aproximar a vingança alemã dos números de Olomouc, cidade que acolheu o duelo do Europeu de sub-19, que Portugal venceu por 5-0.