Nélson Évora apurou-se para a final do triplo salto e no final garantiu que ainda tem «mais dinamite» para gastar na prova decisiva.

«Eu sempre disse que estava em boa forma. Treinei muito e tive muito azar nas provas em que participei. Pode parecer um pouco dúbio o que estou a dizer, mas fui para a Holanda e apanhei chuva, fui para outros sítios e apanhei três ensaios. As novas regras da Diamond League não ajudam, são muito poucos ensaios para fazer acertos. Em casa não tinha a motivação certa, aqui reúne-se tudo. Estou em boa forma e posso pôr tudo em prática», afirmou.

O português apurou-se com o quarto melhor salto e diz que não gastou tudo o que tinha para dar: «Hoje pus o pé bem longe e, como costumo dizer entre os meus amigos, tenho mais dinamite para dar.»

O objetivo esse é chegar às medalhas, referiu o campeão olímpico de Pequim, em 2008.

«Vou lutar por uma medalha. E prometo dar o meu melhor, como viram hoje foi até ao fim. O meu treinador disse que talvez nem fosse necessário, porque vamos ter muito pouco tempo de recuperação, mas eu fi-lo para poder sentir que tinha bons saltos nas pernas», comentado em específico os seus últimos saltos.

Évora não esteve nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, devido a uma fratura na tíbia e comentou o regresso: «Posso dizer-vos que foi bom sentir o sangue a ferver enquanto fazia os passos para os saltos e ao longo do primeiro e segundo ensaios senti que estava vivo. E no terceiro? Foi o Nélson que vocês estão habituados a ver.»

E será que o salto que o colocou na final de 16, 99 metros é uma resposta aos críticos? «É dedicado, principalmente, a todos os portugueses que estão comigo, que mandaram mensagens, que fizeram questão de apoiar toda a comitiva. Os outros também vão render-se e vão apoiar. Não há que estar contra ninguém na vida. Saltei com a alegria de estar ali na pista, de sentir o público a apoiar e foi espetacular sentir isso. Agora vou focar-me em descansar, repousar o melhor possível para amanhã», acrescentou.

O ex-campeão olímpico é dos mais velhos na prova e enaltece isso: «Vou tentar representar da melhor maneira a nossa geração. Sou dos poucos que ainda está ali a fazê-lo, por isso disse-lhes diretamente para eles levantarem a cabeça, porque são uns lutadores. Tiveram uma longevidade espetacular. Foram um exemplo para mim, vão ser para muitos outros.»

Na final estarão todos os melhores saltadores da atualidade, exceção feita a Pedro Pichardo, cubano que está lesionado. Évora lamentou isso porque queria todos na final e desvalorizou o melhor salto de hoje, do britâncio Christian Taylor.

«O Taylor saiu mais favorito, mas isso não me preocupa. Se posso ganhar-lhe? Ele tem duas pernas, dois braços e uma cabeça?», concluiu.