Rio de Janeiro despediu-se dos Jogos Olímpicos com uma festa musical em que os atletas foram os protagonistas, passando o testemunho ao vanguardismo de Tóquio2020.

É Santos Dumont quem avisa que a festa vai começar. Olha para o relógio, que engole o Maracanã, numa contagem regressiva que leva o espectador num passeio pelas maravilhas brasileiras, através do olhar de um pássaro.

Enquanto a ave sobrevoa o estádio, dos corpos ondulantes brotam paisagens icónicas do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar, o Corcovado ou os Arcos da Lapa, que se unem para formar os anéis olímpicos e dar passo à reverência aos grandes mestres da música brasileira - Oi, Martinho da Vila, bom te ver por aqui.

O passado e o presente abrem alas ao futuro: 27 crianças, em representação dos 26 estados e do Distrito Federal, entoam o hino, numa metáfora que aponta para a renovação da vida e que serve de antes-sala à celebração dos grandes protagonistas do Rio 2016.

Os atletas das 207 delegações emergem no Maracanã vindos de um caleidoscópio multicolorido de frutas e texturas, com Carmen Miranda a servir-lhes de banda sonora.

Adeus Rio de Janeiro do caos, olá Tóquio da organização. O círculo vermelho da bandeira japonesa nasce no Maracanã. «Arigato» ao Japão pela prometedora passagem de testemunho, concretizado por Tsubasa, Hello Kitty, Pac-Man, Doraemon e por um Super Mário, que na realidade é o primeiro ministro Shinzo Abe, obrigado à cidade carioca pelos Jogos que já foram.

Feitos os discursos da praxe, apaga-se a chama, aquela espiral de luz que guiou todos os olímpicos, atletas e não só, durante os últimos 17 dias.

O Rio despede-se com samba no pé e música na alma.