A russa Yelena Isibayeva, dupla campeã olímpica de salto com vara, vai recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos da decisão de afastar a Rússia do atletismo nos Jogos Olímpicos Rio2016.

«Depois do ocorrido, Lena [diminutivo de Yelena] recorrerá para o Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo, porque para ela e toda a equipa a decisão não se ajusta ao direito», disse o treinador da saltadora, Yevgueni Trofímov, en declarações à agência R-sport.

No domingo, o Comité Olímpico Internacional (COI) ratificou a decisão da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), de afastar a seleção russa devido a um escândalo de doping, com o apoio estatal.

O treinador revelou ainda que o que mais surpreendeu Isibayeva foi a reação das autoridades russas à decisão do COI de delegar às federações internacionais a responsabilidade de autorizar ou negar a participação dos desportistas russos nos Jogos do Rio. «Encolheram os ombros e foi tudo», disse.

Na quinta-feira, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) rejeitou o recurso dos atletas russos à suspensão imposta pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), confirmando a ausência dos Jogos Olímpicos Rio2016, decisão ratificada pelo COI.

«O painel do TAS confirmou a validade da decisão da IAAF de aplicar as regras (...), segundo as quais os atletas de uma federação que esteja suspensa pela IAAF são inelegíveis para competições organizados sob as regras da IAAF», lê-se num comunicado.

A federação russa e 68 atletas tinham recorrido da decisão da IAAF de suspender o atletismo russo de todas as provas, incluindo os Jogos Olímpicos, na sequência de um relatório independente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), que revelou um sistema de dopagem apoiado pelo governo.

«É o fim da nossa luta para ir ao Rio de Janeiro. Não vou voltar ao degrau mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos. Não vou ouvir o hino nacional russo em minha honra. Não vou mais prestigiar os fãs com os meus voos por cima da barra. Magoa-me esta injustiça. Ninguém se levantou e defendeu nossos direitos. É triste. São lágrimas de impotência perante esta ilegalidade. As lágrimas são de consciência de que fiz tudo pelo atletismo. Estava aqui antes dos 10 anos. Os meus recordes mundiais, vitórias... Tornei-me a número um do mundo. A minha vitória em Cheboksary ainda é a melhor marca do ano na temporada. O que eu poderia dar ao mundo no Rio, as emoções... Quero chorar por mim», escreveu Yelena Isinbayeva num post nas redes sociais.

 

Ну вот и все... Закончилась наша борьба за Рио... Не судьба мне вновь встать на высшую ступень пьедестала на Олимпиаде, не прозвучит больше гимн России в мою честь, не порадую больше своих дорогих болельщиков полетами через планку... Боже, как же обидно от такой несправедливости. Слабая у нас защита, я бы сказала нулевая. Никто не отстоял и не защитил мои права. Грустно до слез от собственного бессилия перед этим беззаконием и беспределом. Слезы по щекам от осознания всего, что я сделала для легкой атлетики. Мы с Евгением Васильевичем опередили время на 10 лет. Своими мировыми рекордами и победами, прыжки с шестом стали видом номер один в мировой легкой атлетике. Моя победа в Чебоксарах по сей день остаётся лучшим результатом сезона в мире. Что я могла бы подарить миру в Рио, какую высоту, какие эмоции, так и останется загадкой... И для меня тоже... Хочу разрыдаться...

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