O canoísta português Emanuel Silva manifestou esta quarta-feira a sua «mágoa» por não ser o escolhido para ser o porta-estandarte masculino da delegação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que se realizam de 23 de julho a 8 de agosto.

O atleta de 35 anos frisou que «tinha que mostrar publicamente que não estava satisfeito» por não ter sido escolhido.

«Não sei quais foram os critérios estabelecidos [para a escolha]. Vou para a quinta participação olímpica, tenho quatro diplomas olímpicos, tenho uma medalha olímpica, vários títulos mundiais e europeus. Os atletas em questão [Nélson Oliveira e Telma Monteiro] já foram porta-estandartes em outras edições dos Jogos Olímpicos. Só queria perceber quais foram os critérios e o chefe de missão agora irá responder se quiser», disse Emanuel, à margem de uma receção na Câmara Municipal de Braga, aos atletas olímpicos da cidade.

«Não tenho nada contra o Nélson [Évora]. Pelo contrário. Mas queria saber os critérios porque estava completamente convencido que ia ser eu, pelo meu histórico. Se poderei ser em Paris 2024? Não sei se não vou acabar a carreira depois de Tóquio e, se terminar, nunca serei porta-estandarte», frisou.

Apesar da «mágoa» e da «angústia», Emanuel Silva garantiu que isso «não vai afetar» o seu rendimento no Japão.

No sábado, o chefe de Missão de Portugal a Tóquio, Marco Alves, realçou que o critério «foi o de valorizar o mérito desportivo absoluto em contexto olímpico, nuns jogos organizados sob o signo da igualdade de género, simbolicamente assinalada logo na cerimónia de abertura, com a escolha de uma atleta e de um atleta para porta-estandarte». «Neste contexto, a minha escolha teria sempre de considerar o campeão olímpico Nélson Évora e a medalha de bronze Telma Monteiro. Esta decisão não invalida que pudessem ser outras as opções, igualmente meritórias, se o critério fosse distinto daquele que foi definido», apontou, ainda.