O Sporting defronta o Belenenses neste domingo de manhã, mas o horário invulgar não impediu mais uma enchente no Estádio de Alvalade. Para Jorge Jesus, esse é um sinal de crença dos adeptos no futuro da equipa, uma vez que já está arredada da luta pelo título esta época.

«Mesmo nesse horário ter lotação esgotada pode ser um sinal de que esse horário pode trazer mais famílias ao jogo. Esse é um dos motivos, o outro é o facto de o Sporting estar a jogar um futebol agradável. Mesmo sabendo que o nosso objetivo está longe, as pessoas continuam a acreditar no futuro do Sporting», começou por dizer o técnico leonino.

E perante um horário pouco comum no futebol português, a rotina semanal da equipa muda?

«É o primeiro jogo, também vai ser uma experiência para nós. Em termos de adaptação ao esforço não é muito significativo. Os jogadores trabalham a essa hora, comem a essa hora. São preparados para o treino com uma alimentação adequada. Não é por aí que pode ter alguma influência negativa. Muda alguma coisa, mas não nessa componente. Muda o estágio, as palestras, os horários, mas fisiologicamente não muda nada», considerou Jesus.

Quanto ao jogo em si, o técnico leonino recordou o duelo no Restelo na época passada para antecipar uma partida difícil.

«O jogo é um dérbi de Lisboa, apesar de o Belenenses estar numa posição não condizente com o valor do clube e dos jogadores, mas isso acontece em todas as equipas. Não deixa de ser um jogo equilibrado, no ano passado ganhámos 1-0 mesmo a acabar o jogo. Será um jogo apaixonado por ser Dia da Mãe, mas também sentimental por ser um dérbi de Lisboa, pela hora, pela lotação. Está tudo reunido para ser um bom espetáculo», sublinhou.

Questionado se esperava um Belenenses abalado pelas sete derrotas consecutivas ou motivado para quebrar esse ciclo num palco como Alvalade, Jesus lembrou a motivação natural de quem defronta um "grande".

«Os resultados definem e dão o quadro do que é uma equipa, se está pior ou melhor, mas também é verdade que, quando se defronta um grande, nisso não se nota tanto. Com um grande tudo é diferente. Os jogadores do Belenenses vão estar tranquilos, super motivados, e de certeza que vão render muito mais do que no último jogo, pois a exigência é outra. Nestas ocasiões os jogadores das equipas pequenas conseguem superar e ter uma qualidade acima do normal», referiu.

Jesus não pode contar com o lesionado Alan Ruiz, nem com os castigados Daniel Podence e Gelson Martins, mas descarta uma mudança no sistema tático.

«Claro que vai mudar alguma coisa estrategicamente. São jogadores diferentes, e por isso as coisas são diferentes. Mas o sistema não muda. Não quer dizer que não mude no jogo, mas não é por entrarem dois jogadores novos que vamos mudar. Pelo menos no começo», afiançou.

Com Gelson, Podence e Alan Ruiz de fora, será que Francisco Geraldes terá um oportunidade a titular, tendo em conta que Jesus já disse que o vê mais a partir de uma ala ou como segundo avançado do que propriamente como um «8»?

«Pode ser uma possibilidade, como tem sido o João Palhinha, o Daniel Podence..foram jogadores que regressaram em janeiro, como o Chico. Tem tudo as mesmas possibilidades. Não foram três jogadores, foram cinco, com o André (Geraldes) e o Ryan (Gauld). Terá as mesmas oportunidades, dentro de um conceito de uma ideia que o treinador entende mais adequada», limitou-se a dizer.